TCU vê falhas de Bolsonaro na condução do combate ao coronavírus 

Tribunal de Contas aprovou relatório que faz recomendações para Bolsonaro corrigir a gestão do seu governo na crise do coronavírus

TCU

Publicado em: 25/06/2020 às 05:00 | Atualizado em: 25/06/2020 às 07:54

Uma das primeiras consequências da falta de diretrizes do governo contra o coronavírus (covid-19), além de mortes e doentes, é o desperdício de dinheiro público. Esse é um dos pontos de relatório aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) hoje (24). 

De acordo com o relatório, apresentado pelo ministro Vital do Rêgo (foto), auditoria sobre o comitê de enfrentamento do coronavírus “não identificou a definição de diretrizes estratégicas”. 

Por conseguinte, o país pode enfrentar mais contaminações e mortes pelo vírus. 

Por determinação do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, esse comitê de crise foi criado em março para acompanhar os impactos da doença. Contudo, o TCU notou que nesse comitê não há sequer técnicos da área de saúde, embora seja previsto. 

Por isso, Rêgo observou: 

“Os cargos-chave do Ministério da Saúde, de livre nomeação e exoneração, não vêm sendo ocupados por profissionais com essa formação específica”. 

 

Leia mais 

TCU recomenda aprovar contas 2019 de Bolsonaro com ressalvas de R$ 400 milhões 

 

TCU cobra governo Bolsonaro sobre ações de proteção à saúde indígena

 

Decisões sem base científica 

Como resultado, o governo pode ter tomado decisões contra a epidemia distantes de bases médicas e científicas. Logo, com “baixa efetividade na prevenção e combate à pandemia, desperdício de recursos públicos e aumento de infecções e mortes”. 

Além de pessoal de saúde, o tribunal recomenda que Bolsonaro ponha profissional de comunicação no comitê. É que a divulgação das ações na crise foi considerada precária. 

De conformidade com o ministro Bruno Dantas, ao comentar o relatório, faltou ainda coordenação de Bolsonaro com os governadores. 

“Enquanto não houve uma ação harmônica do presidente da República e governadores de estados vamos todos dias abrir os jornais se ver esse número que não para de crescer. Já temos 50 mil brasileiros que perderem as suas vidas”, afirmou, em síntese. 

Leia mais no G1. 

 

Foto: Divulgação/TCU