Entregadores de aplicativos se mobilizaram nas últimas semanas para pressionar grandes empresas como iFood, Uber Eats e Rappi a aumentar o valor das corridas e melhorar as condições de trabalho.
A medida é por conta da queda nos rendimentos e o aumento dos riscos provocados pela pandemia do coronavírus (covid-19).
A segunda paralisação nacional do Breque dos Apps ocorreu no sábado (25) em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, Porto Alegre e Rio Branco, mas, em geral, com atos menores que os realizados no início do mês.
Conforme publicação da BBC , esses trabalhadores querem fundar uma cooperativa, com seu próprio aplicativo de entrega, para trabalhar “sem patrão”.
“A luta não é só por melhoria dentro do aplicativo. Até porque muito foi refletido internamente de que lutar por melhoria dentro do aplicativo não resolve nossos problemas, né? Os donos de aplicativos querem encher o bolso de dinheiro, não querem de fato melhoria do trabalho do entregador”, afirma Eduarda Alberto, entregadora do Rio de Janeiro.
“Então, eles (as grandes empresas) podem até fazer alguma coisa (atender alguma reivindicações) para calar nossa boca, mas a única possibilidade de melhora mesmo é com autogestão”, disse.
No entanto, o processo de criar uma cooperativa para concorrer com grandes plataformas de entrega não é simples nem barato.
Apenas o desenvolvimento inicial de um aplicativo enxuto do tipo custa cerca de R$ 500 mil, segundo pessoas do setor consultadas pela BBC.
Dessa forma, para tentar transformar a ideia em realidade, os Entregadores Antifascistas contam com o apoio voluntário de advogados, economistas, programadores e estudiosos do cooperativismo de plataforma.
Uma das ideias por trás desse movimento é que os trabalhadores se apropriem da lógica da plataforma, usando os algoritmos em seu favor.
“A tecnologia não é neutra. As plataformas, do modo como são construídas, têm uma gestão algorítmica que acaba beneficiando as empresas”, afirma o pesquisador em trabalho digital e professor o Instituto Humanitas Unisinos Rafael Grohmann.
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Foto: Divulgação