Amazonas tem 14 municípios livres da febre aftosa sem vacinação

Outros cinco estados (AC, MT, PR, RO e RS) também estão na lista. Atestado é do Ministério da Agricultura. Brasil quer reconhecimento internacional até maio de 2021.

amazonas, municipios, febre, aftosa

Da Redação do BNC Amazonas em Brasília.

Publicado em: 14/08/2020 às 18:18 | Atualizado em: 14/08/2020 às 18:18

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou, nesta sexta-feira (14), como livres de febre aftosa sem vacinação, os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia.

Foram reconhecidas também as regiões do Amazonas onde estão localizados os municípios de: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauiní e parte do município de Tapauá.

No estado do Mato Grosso, estão livres da febre aftosa sem vacinação o
município de Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína.

O atestado do Mapa foi publicado no Diário Oficial da União, por meio da Instrução Normativa nº 52.

O Brasil já é livre de aftosa com vacinação, mas esse bloco será livre sem vacinação.

O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa).

Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões tiveram que atender requisitos básicos como:

– aprimoramento dos serviços veterinários oficiais
– implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença e
– diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

 

Rebanho bovino é o mais atingido

A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas) – principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido.

A doença é causada por um vírus do qual existem 7 tipos, que produzem sinais clínicos similares. Os diferentes tipos só podem ser identificados em laboratório.

As espécies animais susceptíveis à febre aftosa são: os bovinos, ovelhas, porcos e cabras. Além dos camelos, lhamas, alpacas, guanacos e vicunhas.

Entre as espécies de animais silvestres de cascos fendidos estão as capivaras, elefantes e outros animais de zoológico.

 

Reconhecimento amplia exportações

Com o reconhecimento nacional, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ressalta que os estados terão a oportunidade de ampliar a participação no mercado internacional.

 

Ministra Tereza Cristina Foto: Agência Brasil

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina

Foto: Agência Brasil

 

“Mais de 40 milhões de cabeças estarão prontas para exportação para mercados mais exigentes. E isso deve melhorar o valor dos produtos desses locais para exportar para mercados como Japão, Coreia do Sul, que são mais exigentes e que não aceitam a carne bovina vacinada”, declarou a ministra.

Para o diretor do Departamento de Saúde Animal, do Mapa, Geraldo Moraes, o reconhecimento nacional é um dos passos para alcançar o reconhecimento internacional junto à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).

“A expectativa é de termos esse reconhecimento pela organização em maio de 2021. Esses estados passarão por uma rigorosa avaliação por profissionais indicados pela organização” destaca o diretor.

De acordo com Moraes, o Ministério da Agricultura encaminhou, nesta sexta-feira (14), o pleito brasileiro à OIE para o reconhecimento internacional.

 

Santa Catarina tem certificado internacional

Atualmente, no Brasil, apenas Santa Catarina possui a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Com isso, o ingresso de animais e produtos de risco para febre aftosa desses seis estados (AC, AM, MT, PR, RO e RS), em Santa Catarina, deve obedecer às diretrizes definidas para origem em zona livre de febre aftosa com vacinação, até o reconhecimento pela OIE como zonas livres de febre aftosa sem vacinação.

 

Foto: Divulgação/Adaf