Fiocruz reafirma segunda onda e sugere ‘lockdown’ em Manaus

Governo do Estado determinou, desde a sexta-feira (25), fechamento de bares e casas noturnas apĂ³s constataĂ§Ă£o de aumento de infecções

EUA tĂªm caso de reinfecĂ§Ă£o do coronavĂ­rus mais grave que primeiro

Publicado em: 27/09/2020 Ă s 10:50 | Atualizado em: 27/09/2020 Ă s 12:01

Pesquisa da FundaĂ§Ă£o Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que Manaus vive uma segunda onda de casos de coronavĂ­rus (covid-19).

De acordo com o epidemiologista e autor do estudo, Jesem Orellana, a adoĂ§Ă£o de lockdown Ă© necessĂ¡ria para conter a circulaĂ§Ă£o do vĂ­rus.

Do mesmo modo, o Governo do Estado determinou, desde a sexta-feira (25), o fechamento de bares e casas noturnas apĂ³s constataĂ§Ă£o de aumento de infecções.

Manaus tem 49.237 pessoas infectadas e 2.487 mortes pelo novo coronavĂ­rus desde o inĂ­cio da pandemia e começou a flexibilizar o isolamento social em junho, quando houve uma reduĂ§Ă£o dos casos.

 

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Dessa forma, a capital foi a primeira capital a registrar colapso no sistema de saĂºde e funerĂ¡rio, entre abril e maio.

Em entrevista Ă  Globonews, neste sĂ¡bado (26), o pesquisador cita um “aumento sustentĂ¡vel da incidĂªncia ou de casos novos de sĂ­ndromes respiratĂ³ria aguda grave em Manaus hĂ¡ mais de quatro semanas”.

“É indubitĂ¡vel que estamos em uma segunda onda em Manaus, que estamos tendo um elevando nĂºmero de hospitalizações por casos graves de sĂ­ndromes respiratĂ³ria aguda grave. Esse tipo de cenĂ¡rio epidemiolĂ³gico em que se tem a Prefeitura aumentando os atendimentos nas unidades bĂ¡sicas de saĂºde, vocĂª tem o governo do estado aumentando o nĂºmero de leitos para internaĂ§Ă£o por casos suspeitos e confirmados de covid-19, Ă© completamente incompatĂ­vel com a tese de que temos imunidade de rebanho”, disse.

Segundo o governo, a VigilĂ¢ncia EpidemiolĂ³gica do estado confirma tendĂªncia de aumento de casos de covid-19 nas Ăºltimas semanas devido, principalmente, a aglomerações e a realizaĂ§Ă£o de festas clandestinas.

Em mĂ©dia, o Amazonas confirmou 7 novas mortes por dia na Ăºltima semana, portanto, uma variaĂ§Ă£o de 6% em relaĂ§Ă£o Ă  mĂ©dia de 14 dias antes.

Em razĂ£o da situaĂ§Ă£o, o Governo voltou a decretar o fechamento de bares e balneĂ¡rios, que haviam sido autorizados a reabrir em julho.

Entre outras medidas determinadas estĂ¡ a reduĂ§Ă£o no horĂ¡rio de funcionamento de restaurantes e lojas de conveniĂªncia, atĂ© as 22h. As restrições valem por 30 dias.

TambĂ©m foi anunciado aumento do nĂºmero de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ofertados no Hospital Delphina Aziz, referĂªncia no tratamento de Covid-19 e outras SĂ­ndromes RespiratĂ³rias Agudas Graves (SRAGs).

No entanto, para o pesquisador, as restrições anunciadas sĂ£o insuficientes para conter a circulaĂ§Ă£o do vĂ­rus na cidade. Ele defende lockdown em toda a cidade pelo perĂ­odo de 14 dias.

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Foto: Bruno Kelly/Reuters (Reprod/AgĂªncia Brasil)