PF: extração ilegal de madeira em áreas proibidas tinha apoio de índios

A Polícia Federal informou que o grupo contava com a colaboração de indígenas, que atuavam para conceder autorizações de entrada nas terras e de alertar sobre a presença de fiscais.

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 10/12/2020 às 16:42 | Atualizado em: 10/12/2020 às 18:05

A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã de hoje (10), a operação Igarapé no estado de Rondônia. Os policiais tinham como alvo um grupo investigado pela extração ilegal de madeira em terras indígenas. A PF descobriu também que os índios davam cobertura aos invasores no crime ambiental.

Foram cumpridos, portanto, quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Ministro Andreazza e Cacoal. As diligências foram autorizadas pela 1ª Vara Federal de Ji-Paraná (RO), conforme reportagem da Agência Brasil.

As investigações tiveram início, entretanto, a partir de mensagens encontradas em celulares apreendidos. A apreensão se deu em outra investigação contra um grupo de madeireiros, informou a PF.

A extração ilegal ocorreria, sobretudo nas terras Indígenas Igarapé Lourdes e Sete de Setembro.

De acordo com a PF, pelas mensagens “foi possível identificar a forma de atuação do grupo, os responsáveis pelos maquinários utilizados no desmatamento e os donos de serrarias receptoras da madeira extraída ilegalmente”. 

 

Índios colaboravam

A polícia informou que o grupo contava com a colaboração de indígenas. Eles atuavam para conceder autorizações de entrada nas terras e de alertar sobre a presença de fiscais.

Os envolvidos podem ser enquadrados nos crimes de associação criminosa, desmatamento e usurpação de bens da União.

Em seu mais recente levantamento, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) constatou um aumento de 9,5% no desmatamento na Amazônia. O período foi entre agosto de 2019 e julho de 2020, na comparação com o mesmo período anterior. 

 

Foto: PF/divulgação