TCU investiga gasto de R$ 1,8 bilhão de Bolsonaro com comida

O pedido ao órgão fiscalizador dos três poderes da República foi feito por um grupo de deputados e senadores nesta terça-feira

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Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas em Brasília*

Publicado em: 27/01/2021 às 13:29 | Atualizado em: 27/01/2021 às 13:48

Um grupo de deputados e senadores protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a Presidência da República, representada por Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido é de investigação sobre os gastos do poder Executivo com alimentação.

A representação é assinada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e pelos os deputados federais Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).

Segundo os parlamentares, é necessária uma análise criteriosa por parte do TCU para averiguar os excessos de gastos.

A ação é uma resposta a notícias veiculada na mídia, que revelou um aumento de gastos com produtos alimentícios efetuadas pelo governo federal.

Em 2020, todos os órgãos do Executivo pagaram mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos — um aumento de 20% em relação a 2019.

Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

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Chiclete e leite condensado

De acordo com o levantamento, feito com base em dados públicos, só em goma de mascar (chiclete) foram gastos R$ 2.203.681,89 dos cofres públicos.

Assim como molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta, juntos, somam mais de R$ 14 milhões.

Em leite condensado foram gastos R$ 15.641.777,49. Por outro lado, pizza e refrigerante também fizeram parte do cardápio do ano: débito de R$ 32,7 milhões dos cofres da União.

De acordo com os parlamentares, em alguns órgãos a conta pode ter sido mais alta e o cardápio mais variado.

Ministério da Defesa

A maior parte das compras e o montante mais alto são ligados ao Ministério da Defesa. Foram mais de R$ 632 milhões com alimentação.

A compra de vinhos, por exemplo, que somou R$ 2.512.073,59, foi quase toda bancada pelo Ministério dos militares.

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Sanções cabíveis

No documento, os parlamentares solicitam ao TCU para que adote medidas para verificar a legalidade, legitimidade e economicidade das compras efetuadas a título de alimentação pelo governo federal, impondo as sanções cabíveis.

Ainda na representação, os parlamentares ressaltaram que, “em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de gastos apontado pelas reportagens é absolutamente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de muitos dos gêneros alimentícios mencionados”.

*Com informações da Agência Senado

Foto: Alan Santos/Presidência da República