MPF recomenda ao Incra retirada de ocupantes ilegais de terras no AM
Investigações apontam participaĂ§Ă£o de servidores do instituto em favorecimento Ă invasĂ£o e desmatamento de terras da UniĂ£o por grileiros

Da RedaĂ§Ă£o do BNC AMAZONAS
Publicado em: 12/03/2021 Ă s 16:43 | Atualizado em: 12/03/2021 Ă s 16:43
O MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) recomendou Ă SuperintendĂªncia do Instituto Nacional de ColonizaĂ§Ă£o e Reforma AgrĂ¡ria (Incra) medidas para promover a retirada de grileiros de terras pĂºblicas ocupadas irregularmente no Amazonas.
O documento foi encaminhado hoje (12), um dia depois da deflagraĂ§Ă£o da OperaĂ§Ă£o Constantino pela PolĂcia Federal, que investiga organizaĂ§Ă£o criminosa estruturada para invadir e desmatar terras de domĂnio federal localizadas na regiĂ£o sul do estado do estado, visando Ă implantaĂ§Ă£o de atividade pecuĂ¡ria.
De acordo com a apuraĂ§Ă£o que deu origem Ă operaĂ§Ă£o, o grupo era favorecido pelo apoio de servidores pĂºblicos do Incra.
Dentre as medidas recomendadas estĂ£o a elaboraĂ§Ă£o, no prazo de 30 dias, de planejamento de extrusĂ£o de ocupantes ilegais de lotes do Programa Nacional de Reforma AgrĂ¡ria, do Projeto de Assentamento Monte, no municĂpio de Boca do Acre (a 1026 quilĂ´metros de Manaus), iniciando esse processo de retirada pelos detentores de Ă¡reas de maior extensĂ£o.
Os primeiros atos operacionais em campo, com o objetivo de efetivamente retirar os grileiros devem ser implementados em 90 dias, conforme a recomendaĂ§Ă£o, com prazo mĂ¡ximo de execuĂ§Ă£o de um ano.
O Incra no Amazonas tambĂ©m deverĂ¡, no prazo de dois anos, promover o assentamento de candidatos nos lotes liberados, apĂ³s a retirada dos ocupantes ilegais, conforme plano estratĂ©gico a ser apresentado.
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Documento
O documento encaminhado pelo MPF pede ainda o cancelamento de inscrições no Sistema de GestĂ£o FundiĂ¡ria (Sigef) e no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) relativas ao Projeto de Assentamento Monte.
Assim como adoĂ§Ă£o de medidas preventivas para evitar atos de inserĂ§Ă£o de polĂgonos nesses sistemas que representem ilĂcitos, como aqueles identificados atĂ© o momento pela OperaĂ§Ă£o Constantino.
Outras medidas recomendadas estĂ£o relacionadas Ă realizaĂ§Ă£o de auditoria na Unidade Avançada de Boca do Acre, visando a identificar irregularidades cometidas pelas equipes locais de servidores do Incra na gestĂ£o do Projeto de Assentamento Monte.
Ale’m disso, eventualmente, em outros projetos de assentamento na regiĂ£o, para que sejam apuradas as responsabilidades devidas em procedimentos administrativos disciplinares.
Por fim, o MPF recomenda a implementaĂ§Ă£o, no prazo de dois anos, de projetos de assistĂªncia tĂ©cnica e rural que possibilitem aos assentados no Projeto de Assentamento Monte exercer atividades produtivas.
Por exemplo, em especial relacionadas ao reflorestamento e Ă economia florestal, para que cooperem com o cumprimento das contribuições nacionalmente determinadas pelo Estado Brasileiro no Ă¢mbito do Acordo de Paris, prevendo o reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas.
Leia mais no site do MPF.
Foto: Valter Campanato