Fachin vota contra decreto presidencial sobre posse de armas
O relator tambรฉm rebateu argumentos apresentados pela Advocacia-Geral da Uniรฃo (AGU) em favor do decreto.

Ednilson Maciel, da Redaรงรฃo do BNC AMAZONAS
Publicado em: 12/03/2021 ร s 18:28 | Atualizado em: 12/03/2021 ร s 18:28
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (12) pela inconstitucionalidade do decreto presidencial que ampliou as possibilidades da autorizaรงรฃo para a posse de armas.
Na decisรฃo, Fachin argumentou que โa posse de armas de fogo sรณ pode ser autorizada ร s pessoas que demonstrem concretamente, por razรตes profissionais ou pessoais, possuรญrem efetiva necessidadeโ.
O julgamento teve inรญcio nesta sexta-feira (12) no plenรกrio virtual do Supremo, ambiente digital em que os ministros tรชm uma janela de tempo para votar por escrito, sem debate oral. Segundo a Agรชncia Brasil.
Neste caso, o prazo para apresentaรงรฃo de votos se encerra em 19 de marรงo, ร s 23h59. Atรฉ o momento, consta somente o voto do relator no processo.
Os ministros julgam uma aรงรฃo direta de inconstitucionalidade (ADI) em que o PSB contesta, entre outras normas, dispositivos do Decreto 9.845, de 25 de junho de 2019, segundo o qual a โefetiva necessidadeโ para a aquisiรงรฃo de armas pode ser atestada por uma declaraรงรฃo cuja veracidade deve ser presumida pelas autoridades.
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Voto
Fachin concordou com os argumentos do partido e considerou que o decreto amplia indevidamente o alcance da expressรฃo โefetiva necessidadeโ, que consta no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) como condiรงรฃo para a aquisiรงรฃo de armas.
โO decreto extrapola a lei que adjetiva a โefetivaโ necessidade, transformando-a em uma necessidade apenas presumida, sem lastro sรณlido na realidade dos fatosโ, escreveu o ministro.
Alรฉm disso, ele acrescentou que โa necessidade de uso de arma de fogo deve ser sempre concretamente verificada e nรฃo presumidaโ, acrescentou.
O relator tambรฉm rebateu argumentos apresentados pela Advocacia-Geral da Uniรฃo (AGU) em favor do decreto.
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Foto: Reproduรงรฃo Telegram Jair Bolsonaro