CPI da covid é primeiro item de julgamento do STF no dia 14

O episódio da falta de oxigênio em Manaus, que levou vários pacientes à morte, é um dos fatos atribuídos às responsabilidades do governo na epidemia

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 10/04/2021 às 20:11 | Atualizado em: 10/04/2021 às 20:12

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, marcou para quarta-feira (14) o julgamento em plenário da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 no Senado.

O relator da ação é o ministro Luís Roberto Barroso, que determinou ao presidente do Senado que abra a CPI para apurar responsabilidades do governo de Jair Bolsonaro na epidemia do coronavírus.

Entre elas, o episódio da falta de oxigênio em Manaus, que levou vários pacientes à morte. O ministro da Saúde foi prevenido de que o colapso estava a caminho.

Fux já garantiu que o julgamento da CPI será o primeiro item da pauta.  

No dia 8, Barroso atendeu a um pedido de liminar feito pelos senadores Jorge Kajuru (GO) e Alessandro Vieira (RS), ambos do partido Cidadania.

E determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) instale a CPI. Este, apesar de afrontado pela ordem, afirmou que vai cumpri-la.

Sendo fruto de decisão monocrática, a CPI, portanto, precisa ser avaliada pelo plenário.

Fonte: Agência Brasil

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Ao jornal Folha de S.Paulo, Pacheco afirmou ontem (9) que não mexerá “um milímetro” para impedir a atuação da CPI da covid, embora diga ser contrário à sua instalação neste momento.​

“Uma vez instalada, vou permitir todas as condições que funcione bem e chegue às conclusões necessárias”.

Complementou dizendo que “Aliás, é muito importante que ela cumpra sua finalidade na apuração de responsabilidades”.​

Na entrevista, Pacheco apontou erros cometidos por Bolsonaro na condução do enfrentamento à epidemia da doença.

Por exemplo, atraso na vacinação, falta de contrato para compra de vacina em tempo hábil, programação da necessidade leitos de UTI e de produção de oxigênio, entre outros.

Em síntese, o presidente do Senado considera inaceitável que como consequência desses erros hoje o Brasil registre mais de 4 mil mortos por dia.

“Nós estarmos nessa situação crítica no Brasil, por conta de fato da mutação do vírus, mas também de muitos erros que foram praticados”.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil