Santander lança ‘carteira verde’ na Amazônia com R$ 5 bi para crédito

O projeto Rede Norte Amazônica, do banco espanhol, vai atender a todos os estados da Amazônia nos próximos três anos

Santander

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 08/05/2021 às 10:32 | Atualizado em: 08/05/2021 às 12:03

O Santander Brasil acaba de lançar a Rede Norte Amazônica para fomentar negócios de sustentabilidade na região. 

Com previsão de atuar em todos os estados da Amazônia brasileira, o projeto vai dispor de R$ 50 milhões, ainda neste ano, para financiar culturas sustentáveis. 

A perspectiva, contudo, é fazer, em três anos, uma carteira verde de crédito agro de R$ 5 bilhões, sendo que toda a atividade dos tomadores de crédito será 100% monitorada por indicadores sociais e ambientais. 

A Rede Norte Amazônica está sendo lançada inicialmente em quatro estados: Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Na última quinta-feira, o lançamento foi em Porto Velho (RO).  

Para alavancar o programa sustentável de “crédito verde”, o Santander deverá inaugurar mais 13 agências bancárias na Amazônia. Dessas, cinco serão no estado do Amazonas: quatro na capital Manaus e uma em Humaitá.

No entanto, o Santander já tem um núcleo localizado em Manaus. Ele é responsável pelo atendimento a médias e grandes empresas que faturam mais de R$ 30 milhões no Amazonas e Roraima.

Com a criação da Rede Norte Amazônia, outras cinco agências serão instaladas em Rondônia, duas no Acre e uma em Roraima. 

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Sustentabilidade e preservação

Além de proporcionar uma expansão da atividade comercial na região, a Rede Norte Amazônica promete atender às demandas e desafios locais. A meta, portanto, é fazer chegar crédito a empreendedores e negócios que compreendam o valor do desenvolvimento sustentável e da preservação da floresta amazônica. 

“Teremos um banco com a ‘cara da Amazônia’. Estamos apostando na interiorização e vamos ampliar nossa presença com a abertura de dez a quinze lojas neste ano. Vamos atuar com o drive orientado pela diversidade, inclusão e inovação. Para isso, contrataremos talentos locais. Será um ativo para nós”.

É o que afirma o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial.

Cooperativas e associações

O banco espanhol vai continuar a oferecer todos os produtos e serviços tradicionais. Mas, com a Rede Norte Amazônica, será inaugurada uma linha de crédito específica para cooperativas e associações de produtores de culturas típicas da Amazônia. Por exemplo, cacau, açaí, castanha e frutas regionais. 

Desse modo, a linha contará com ofertas não financeiras aos tomadores de crédito, com orientação financeira e de técnicas produtivas. 

A ideia, conforme o banco, é apoiar o aumento de produtividade e aplicação das melhores práticas socioambientais. Ao mesmo tempo, ampliar o acesso desses negócios a mercados mais exigentes. 

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Núcleo Prospera

A Rede Norte Amazônica também contará com núcleos do Prospera. É a unidade de negócio de microcrédito do banco, cuja atuação é bem próxima aos clientes. 

No segmento de crédito à pessoa jurídica serão criados polos focados em cadeias de valor de empresas com faturamento de R$ 3 milhões a R$ 30 milhões e de R$ 30 milhões a R$ 200 milhões. 

 “A rede atua no local e o papel de quem está no dia a dia com os clientes é integrar o negócio do banco às oportunidades produtivas regionais, respeitando os saberes e negócios que só podem existir nessa região rica e única em biodiversidade”. É o que disse o superintendente-executivo da Região Norte Amazônica, Antônio Areias. 

Ele é responsável pela execução do projeto nos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre.

Talentos locais

O Santander terá uma centena de profissionais para ajudar na execução do projeto de desenvolvimento sustentável na região amazônica. 

O projeto de seleção já iniciou e os profissionais terão capacitação específica nos temas regionais e atuará no fomento a negócios que promovam uma economia de baixo carbono, o uso das fontes de energia renováveis, o agronegócio sustentável, o empreendedorismo, o investimento no saneamento básico e a inclusão financeira.

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Projetos sociais

A região será beneficiada com uma linha de financiamento à energia fotovoltaica, com crédito mais barato e até 60 meses de prazo. No âmbito social, o banco avançará com o programa Amigo de Valor, buscando mais projetos da região. 

Será possível inscrever projetos sociais que atendam crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade para o financiamento via destinação de imposto de renda devido de stakeholders (público estratégico) do banco. 

O Amigo de Valor existe há 18 anos e já beneficiou 54 mil pessoas no país.

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Plano Amazônia

Em julho de 2020, o Santander, em conjunto com Itaú e Bradesco, anunciou um conjunto de dez medidas para o desenvolvimento da Amazônia. 

“O Plano Amazônia realizará entregas concretas ao longo dos próximos anos e a criação de nossa nova rede vai exatamente ao encontro deste objetivo”, disse a superintendente-executiva de Sustentabilidade do Santander, Karine Bueno.

Time do Santander para executar o plano Rede Norte Amazônica, sob a batuta do presidente do banco no Brasil, Sérgio Rial

Sobre o Santander Brasil

O Santander Brasil iniciou suas atividades no país em 1982 e, entre fusões e aquisições, conta hoje com mais de 70 bancos. É parte do grupo Santander, maior banco da zona do euro em valor de mercado, com presença em dez países da Europa e da América. 

O banco espanhol conta com mais de 45,1 mil funcionários, mais de 3,5 mil agências e postos de atendimento bancários (PAB), aproximadamente 37 mil terminais de autoatendimento, além de escritórios regionais para atender a mais de 27,3 milhões de clientes ativos. 

Em 2019, o Santander Brasil foi eleito o banco mais sustentável do ano pelo Guia Exame de Sustentabilidade.

Fotos: Divulgação