O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta sexta-feira (30), que ainda não recebeu uma resposta do Ministério da Defesa sobre a prorrogação ou não da Operação Verde Brasil 2, que visa o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia.
Conforme o último decreto editado pelo governo, a operação acaba nesta sexta (30/04).
A presença dos militares na Amazônia começou em maio de 2020 e terminaria um mês depois, em junho do ano passado. Desde então, tem sido prorrogada.
O G1 procurou a assessoria do Ministério da Defesa e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
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“Olha, o ministro da Defesa [Braga Netto] não me deu retorno. Está na mão. O presidente poderá decidir isso a qualquer momento”, declarou Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento na Amazônia em março bateram recorde. Ao todo, foram 367 km².
Questionado sobre a possibilidade de prorrogar a presença dos militares na Amazônia, Mourão disse que o presidente da República emprega as Forças Armas quando sente que alguma tarefa não é cumprida.
“Vamos dizer o seguinte: ‘Todo comandante tem que ter uma a reserva’. A reserva do presidente qual é? São as Forças Armadas. Se sentir que não estamos conseguindo cumprir a tarefa com que nós temos, a gente emprega as Forças”, acrescentou o vice-presidente.
Discussão sobre prorrogação
Na semana passada, Mourão se reuniu com o ministro Braga Netto e, após o encontro, afirmou que eles discutiram a renovação da GLO até 31 de julho. Na ocasião, o vice disse que o ministro da Defesa levaria o assunto ao presidente Jair Bolsonaro.
“Nós conversamos sobre a situação, do nosso objetivo de chegar a 31 de julho, fechando o ciclo do Prodes com um resultado positivo. Braga Netto está estudando esse assunto, vai discutir com o presidente da República”, disse Mourão no último dia 22.
Cúpula de Líderes sobre o Clima
Na semana passada, Bolsonaro participou da Cúpula de Líderes sobre o Clima e prometeu adotar medidas que reduzam as emissões de gases e pediu “justa remuneração” por “serviços ambientais” prestados pelos biomas brasileiros ao planeta.
Entre outros pontos, Bolsonaro disse no discurso que o Brasil se compromete a:
zerar até 2030 o desmatamento ilegal; reduzir as emissões de gases; buscar ‘neutralidade climática’ até 2050, antecipando em dez anos; ‘fortalecer’ os órgãos ambientais, ‘duplicando’ recursos para fiscalização.
Após a Cúpula, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse em coletiva de imprensa que o governo dobraria o orçamento federal destinado à fiscalização ambiental. Porém, o Orçamento de 2021, sancionado por Bolsonaro, bloqueou de R$ 240 milhões no orçamento do Meio Ambiente.
Na sexta-feira (23), Salles, pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que complemente em R$ 270 milhões a verba para o órgão.
Em um ofício, Salles solicita R$ 142 milhões para reforço em ações de fiscalização.
Pede também R$ 72 milhões para suplementar o orçamento do ICMBio e R$ 56 milhões para o orçamento do Ibama.
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Foto: Bruno Batista /VPR