O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) , suspeito de elaborar estudo paralelo sobre mortes por covid no Brasil, pode ser a “chave” para mostrar “a atuação da família Bolsonaro contra as ações de enfrentamento à pandemia”.
O auditor do TCU, Alexandre Figueiredo Marques, escreveu uma nota em que defende a tese de que os governadores inflaram irregularmente os dados de morte por covid para receber mais recursos federais.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a citar o estudo como se ele fosse um documento oficial do TCU. Depois, desmentido pelo tribunal, recuou e admitiu o erro.
“Esse auditor pode ser a chave para mostrarmos a atuação da família Bolsonaro contra as ações de enfrentamento da pandemia. Vamos convocá-lo e quebrar os sigilos telefônico e telemático dele”, afirmou Aziz.
Segundo o presidente da CPI, as informações recebidas até agora são de que Marques tem ligações com os filhos do presidente e teria passado para eles o estudo paralelo.
Desse modo, o TCU decidiu abrir uma investigação sobre a conduta do auditor, visto dentro do tribunal como um aliado do presidente.
Silva Marques chegou a ser indicado pelos filhos do presidente para ocupar uma diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas teve a nomeação barrada pela presidência do tribunal sob o argumento de conflito de interesses. Para assumir o posto, ele teria de pedir demissão do TCU, o que ele não quis fazer.
Bolsonaro chegou a ligar para o então presidente do TCU, José Mucio Monteiro, para tentar conseguir a liberação do auditor, mas foi avisado que a nomeação só poderia ser feita se ele deixasse em definitivo o tribunal.
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Foto: Agência Senado