Paulo Guedes, de novo, joga o Brasil contra a Zona Franca de Manaus
Ameaça à Zona Franca de Manaus ocorre às vésperas da visita de Bolsonaro à capital do Amazonas para passear de moto
Neuton Corrêa, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 07/07/2021 às 08:29 | Atualizado em: 07/07/2021 às 08:58
Perseguidor contumaz da Zona Franca de Manaus (ZFM), Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, de novo, joga o Brasil contra o modelo.
Agora, está condicionando o tamanho do Imposto de Renda das empresas (IRPJ) à redução dos incentivos fiscais que o governo federal concede às empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM).
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Acontece que, na reforma tributária do governo enviada ao Congresso, ele propôs um IRPJ de 25% e agora negocia baixar a 15%, apontando que parte disso poderia recuperar naquilo que chama de despesa tributária.
Nesse caso específico, Guedes quer golpear dois setores importantes da indústria do Amazonas: o de informática e o polo de concentrados, contra o qual implicou antes mesmo de tomar posse na pasta.
Essa discussão, veio à tona na noite de ontem na mídia.
O jornal Valor Econômico, por exemplo, disse que Paulo Guedes, tem deixado claro a interlocutores que pretende lutar para manter a alíquota de 20% nos dividendos.
“Embora a redução para 15% não esteja descartada, já que agora a decisão é do Congresso, a visão da equipe econômica é que 20% está no piso do que se pratica no mundo nessa tributação. A leitura é que, se for para reduzir algo e aliviar menos a taxação no capital, que se faça no nível da empresa”, escreve o jornal, em seu site.
O Estadão avançou nesse cobertura. Já mostrou a ríspida reação da indústria petroquímica à armação de Paulo Guedes.
A petroquímica é o outro setor que o ministro pretende cortar subsídios.
A reação foi tão ríspida que o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Ciro Marino, chamou a proposta da equipe econômica de Bolsonaro de má-fé.
“Eu fiquei perplexo com o tema voltando à discussão agora. Imaginávamos que isso estava totalmente pacificado. Fizemos um trabalho com muito diálogo, e conversamos com todas as lideranças no Congresso, inclusive com os líderes do governo. Foi um trabalho de quase 90 dias muito bem costurados”, disse Marino ao Estadão.
Foto: Marcos Corrêa/PR