Braga emudece na ameaça e intimidação militar a Aziz e ao Senado
Senador Eduardo Braga foge do calor das manifestações contra e a favor da nota oficial dos comandos militares do governo Bolsonaro

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 08/07/2021 às 07:32 | Atualizado em: 08/07/2021 às 07:32
Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) nunca foram inimigos. Nem mesmo na política. Ao contrário, como criaturas do mesmo ninho político, sempre estiveram muito próximos. Quando, por exemplo, dirigiram o Amazonas por oito anos (2003-2010).
Todavía, neste dia 7 de julho de 2021, Braga faltou ao velho companheiro de guerra. Sua voz, tão incisiva na defesa de interesses particulares, calou na hora mais necessária. O medebista não fez, talvez para não ficar mal diante do chefe, um gesto de solidariedade a Aziz pela ameaça e intimidação dos militares de Bolsonaro.
Outros, como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rogério Carvalho (PT-SE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e as senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) tiveram essa coragem.
Foram muito além. Da tribuna do Senado cobraram, inclusive, do presidente da casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), uma reação bem mais contundente do que a teve diante do ataque.
Tiveram, portanto, a atitude de perceber que a ameaça militar vai além de Aziz.
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Braga, dessa maneira, revelou com mais luz, seu lado na CPI da covid. Zero independente. Sua não defesa do “conterrâneo” se junta aos ataques bolsonaristas declarados de Fernando Bezerra (MDB-PE), Marcos Rogério (DEM-RO) e outros. Com uma diferença: estes assumem essa condição.
Em suma, talvez o que menos tenha se decepcionado Braga tenha sido Aziz, que o conhece melhor que ninguém. Bem recentemente, por exemplo, afrontou o presidente da CPI quando este ameaçou quebrar sigilos de empresas no Amazonas.
Foto: BNC Amazonas (arquivo)