A um mês do início do prazo para a realização das convenções partidárias, os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto ainda enfrentam indefinições em seus palanques estaduais.
Apesar de ter conseguido construir um arco robusto de aliados nas disputas para governador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará resolver pendências em 12 unidades da federação.
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou na formação da sua rede de apoio, mas terá que lidar com postura mais comedida de seus candidatos no Nordeste.
As dificuldades também afetam os candidatos da terceira via.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) enfrentam problemas nas coligações até em seus próprios estados, além de verem correligionários serem tragados pela polarização entre Lula e Bolsonaro.
As convenções devem ser realizadas de 20 de julho a 5 de agosto.
Distanciamento
Bolsonaro tem costuras acertadas em 23 estados, e ainda discute a escolha de candidatos no Amapá, no Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. No Maranhão, o PL integra a aliança que tem o senador Weverton Rocha, do PDT de Ciro Gomes, como postulante ao governo.
O estado é apenas um exemplo das dificuldades que o presidente enfrenta no Nordeste, onde ele é rejeitado por parte expressiva do eleitorado e, por isso, tem sofrido com movimentos de distanciamento por parte de seus aliados.
No Piauí, do senador e ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o PP tenta se desvincular do presidente.
O diretório estadual do partido ingressou na Justiça eleitoral pra atestar que era falsa uma imagem do ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes e de outros aliados ao lado de Bolsonaro.
No vizinho Ceará, o pré-candidato do União Brasil ao governo, Capitão Wagner, deputado mais votado do estado em 2018 ao colar a imagem à de Bolsonaro, disse que agora abrirá espaço em seu palanque para outros presidenciáveis.
Em Sergipe, Valmir de Francisquinho, do PL, não acompanhou o presidente na inauguração da duplicação de uma estrada em maio.
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Ele alegou temer problemas com a lei eleitoral. Já em Pernambuco, o próprio Bolsonaro reclamou, em entrevista à CBN na segunda-feira, que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), ex-líder do governo, não cita seu nome em eventos no estado.
O filho de Bezerra é pré-candidato ao governo pelo União Brasil. Em 14 dos estados onde o presidente já definiu o palanque o candidato será do PL.
Um dos principais articuladores das alianças é o ex-deputado e presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL-SP), que foi condenado no julgamento do mensalão durante o governo Lula.
Por incompatibilidade com Valdemar, a principal aposta de Bolsonaro para esta eleição, o ex-ministro Tarcísio Freitas, concorrerá pelo Republicanos em São Paulo.
MDB e PSDB buscam acerto
Tebet vive uma situação parecida.
Ela busca encontrar palanques em 15 estados. Em 12, o cenário está definido. Mas há casos como o do senador Eduardo Braga, no Amazonas, que pode também abrir espaço para Lula.
Em Alagoas, o governador Paulo Dantas (MDB), aliado do senador Renan Calheiros, estará com o petista.
Por causa da aliança para apoiar Tebet, MDB e PSDB tentam se acertar também nas disputas estaduais.
O principal entrave ainda é o Rio Grande do Sul, onde os emedebistas resistem a abrir mão da pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza — pela costura desejada pelos tucanos, ele seria vice de Eduardo Leite.
No estado de Tebet, o Mato Grosso do Sul, os emedebistas não quiseram compor com o pré-candidato do PSDB, Eduardo Riedel, e mantiveram o nome do ex-governador André Puccinelli.
Riedel já afirmou que apoia Bolsonaro.
Ele deve ter como candidata ao Senado a ex-ministra Tereza Cristina (União Brasil), caso ela não seja escalada para vice de Bolsonaro.
O marido de Tebet, Eduardo Rocha (MDB), segue como secretário do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), padrinho de Riedel.
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