Lula na frente e os efeitos nas eleições do Amazonas
Há, de imediato, uma virada ideológica: da direita para a esquerda, significando a reconquista de um território.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/06/2022 às 12:13 | Atualizado em: 03/06/2022 às 12:13
Pesquisa publicada nesta sexta-feira, 3, traz uma fotografia que precisa ser observada para além de sua imediata aparência.
São números do Icepam da corrida eleitoral no Amazonas para a Presidência da República.
O estudo capta que, neste momento, o ex-presidente Lula está quase 18 pontos percentuais à frente do atual, Jair Bolsonaro.
De acordo com o Icepam, o placar está 48,4 a 30,5%.
Os números divergem, pois, dos da empresa Perspectiva, publicados no último dia 31. Esta disse que Bolsonaro estava na frente de Lula: 38,1% a 37,7%.
Logo, apenas uma fração de vantagem de 0,4 ponto percentual. Empatados, por consequência.
Todavía, é preciso considerar o período das coletas das entrevistas.
A Perspetiva foi a campo no período de 18 a 25 de maio. Já o Icepam, de 26 de maio a 1.° de junho.
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Efeito estadual
Caso o resultado de hoje tenha revelado, de fato, o sentimento do eleitor amazonense, implica observar alguns aspectos.
Por exemplo, que não é apenas uma virada de jogo.
Há, de imediato, uma virada ideológica: da direita para a esquerda, significando a reconquista de um território.
O mesmo espaço perdido por uma onda que mudou a representação política no estado no Congresso e no Governo do Estado.
Em 2018, a onda Bolsonaro influenciou, por exemplo, na derrota da senadora Vanessa Grazziotin.
Também ajudou a transformar o desconhecido delegado federal Pablo Oliva no segundo mais votado do pleito à Câmara dos Deputados.
Bolsonaro também impulsionou outro delegado, Péricles, igualmente desconhecido da política que acabou como quarto mais votado à ALE-AM.
O próprio governador Wilson Lima (União Brasil) surfou nessa onda.
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Trincheira de Wilson Lima
Diferentemente, porém, dos dois policiais, Wilson Lima não grudou sua imagem à do presidente.
Ao contrário, recentemente, no episódio de redução do IPI, o governador não só se posicionou a favor da Zona Franca de Manaus e do Amazonas como recorreu à Justiça contra Bolsonaro e seus decretos.
E o seu apoio a candidato a presidente é assunto para mais tarde, disse ao BNC Amazonas.
Quem associou seu nome ao de Bolsonaro, portanto, poderá se perder como onda quando bate na areia.
Isso porque, se a pesquisa Icepam estiver correta, a onda que se avizinha pode estar trazendo Lula de volta.
E com ele, os que alinharam sua imagem ao petista.
Foto: Ricardo Stuckert/PT/Divulgação