Alfredo perde vaga de senador com contragolpe inesperado

Neuton Correa
Publicado em: 07/10/2018 às 21:35 | Atualizado em: 07/10/2018 às 21:35
Por Neuton Corrêa, da Redação
Devoto do pragmatismo político que o Brasil conheceu na votação do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT), na Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril de 2016, quando rompeu com o governo petista, do qual foi três vezes ministro da terceira maior pasta da República, o Ministério dos Transportes, o deputado federal Alfredo Nascimento (PR) foi derrotado nas eleições deste ano na tentativa de voltar ao Senado.
Ficou em quarto lugar na disputa que tinha sete concorrentes. Obteve mais de 564,7 mil votos, ou pouco mais de 17% da preferência do eleitorado amazonense.
Pode-se dizer que sua derrota foi um contragolpe de sua articulação para vencer as eleições antes da campanha, antes da abertura das urnas.
Da mesma forma que agiu com Dilma e com Lula, que o fez ministro em 2004 por ter sido o primeiro prefeito de capital a declarar apoio à campanha petista em 2002, Alfredo rompeu com o grupo que costurava, com ele, a campanha a governador do senador Omar Aziz (PSD).
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Troca de barco e o contragolpe
A movimentação de Alfredo, às vésperas do fim do prazo das convenções partidárias, foi para receber o apoio da máquina estadual ao lado de Amazonino Mendes (PDT), líder político que o colocou na vida pública.
Ele, porém, só não contava com o contragolpe que receberia.
Sem senador em sua chapa, a coligação pró-Omar acabou colocando no jogo, em cima da hora, um candidato que veio a ser a dor de cabeça de Alfredo.
Plínio Valério foi o nome da aliança que o PSDB apresentou como solução e que acabou como o mais votado, superando a barreira dos 800 mil votos.
O tucano fez uma mídia vendendo o conceito do “bom senador” e acabou caindo no gosto dos eleitores e tirando votos de Alfredo.
Outro obstáculo
Além do Plínio, surgiu também Hissa Abrahão (PDT), que rompeu com o governador Amazonino Mendes, de seu partido.
Hissa desistiu de sua campanha à reeleição a deputado federal, candidatou-se a senador e também foi beber no eleitorado de Alfredo.
Resultado é que o xeque-mate que Alfredo tentou aplicar voltou-se contra ele, que agora ficará sem mandato e, provavelmente, sem cargo público, pelo menos na esfera federal.
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Foto: BNC Amazonas