Da Redação
O pré-candidato a governador e presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), deputado David Almeida (PSB), acusou nesta segunda-feira, dia 16, o governador Amazonino Mendes (PDT), seu adversário, de estar pagando uma campanha difamatória contra ele no jornal A Crítica.
David foi acusado pelo impresso, em manchetes de domingo e segunda-feira, de participar de um golpe de R$ 5 bilhões na Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), do qual um advogado ligado ao ex-governador interino teria direito a R$ 200 milhões pelo êxito da causa.
Um dos pré-candidatos ao governo é o apresentador da TV A Crítica Wilson Lima (PSC), poupado por David.
O parlamentar chamou as reportagens de “crimes de calúnia, difamação e injúria e de campanha eleitoral antecipada”.
“Nada menos do que uma campanha eleitoral antecipada para tentar macular a minha imagem, para tentar me colocar igual aos meus acusadores. Essa é uma matéria encomendada pelo governo do estado para tentar me colocar em situação adversa à população do Amazonas”, contra-atacou.
O deputado disse que vai à justiça comum com pedido de indenização e à Justiça Eleitoral contra o jornal por uso indevido dos meios de comunicação.
“Eu irei, dentro dos próximos dias, ajuizar uma ação contra o veículo de comunicação, com uma queixa-crime, com pedido de indenização, além de acionar a Justiça Eleitoral para uma ação de uso indevido dos meios de comunicação social, porque a matéria não fala nada da realidade em relação a um contrato”.
Sobre a denúncia do matutino, David Almeida respondeu que não houve participação dele no caso e que o contrato reportado pelo jornal foi assinado pela Superintendência de Habitação do Amazonas, com o aval da Procuradoria da autarquia.
“É um contrato que não tem participação alguma do governador. É um contrato de total responsabilidade da superintendência e sua procuradoria”, retrucou ele em coletiva de imprensa.
Ele explicou que o dinheiro envolvido no caso é o que chamou de “recursos perdidos” encontrados pela empresa que os recupera, mas cobra pelo êxito do negócio.
David disse que a empresa já recuperou valores para outras prefeituras e estados que, no caso do Amazonas, descobriu títulos existentes desde 1967.
“Eles identificaram R$ 55 milhões, conversaram com a Suhab, e disseram: esses valores corrigidos, nós podemos chegar a até R$ 27 bilhões, isso se a Caixa Econômica reconhecer. A Suhab respondeu: nós temos interesse”, explicou ele, acrescentando:
“E a empresa disse: o contrato é, se nós recuperarmos, se entrar dinheiro nos cofres do estado, nós queremos o contrato de “a de êxito”, porque, se receber, nós queremos receber os honorários de 20%, como todo contrato de honorário”.
O ex-governador interino rechaça que não houve golpe, porque, segundo ele, não houve nenhum valor repassado à empresa até agora.
“Para que tenha um golpe é preciso haver recursos públicos envolvidos. Não saiu um centavo dos cofres do estado, porque não entrou. E a empresa, pelo contrato que assinou, se ela recuperar, ela tem direito”, defendeu-se David.
Ataque
David acusou o governador de ter tentado entrar no negócio, mas que a empresa não teria mostrado interesse e teria sido ameaçada a perder o contrato.
“O atual governador procurou a empresa e não mostrou interesse. Tudo bem. Nós vamos distratar. A empresa, eu não sou advogado da empresa, mas, pelo e-mail que a empresa mandou para o veículo de comunicação, a empresa diz o seguinte: vocês querem me descredenciar para contratar uma outra empresa. Eu tenho exclusividade, porque eu encontrei os créditos. Se vocês, lá na frente, recuperarem esses créditos, eu quero o dinheiro”, acusou David.
Inspeção veicular
Durante a entrevista, David Almeida também acusou o jornal A Crítica de estar lhe retaliando em decorrência de aprovação de projeto na ALE-AM que contraria, segundo ele, interesses do grupo empresarial do qual o jornal faz parte.
“Na quinta-feira, a ALE-AM aprovou um projeto de resolução, que tornou sem efeito uma portaria do Detran-AM, que mantinha exclusividade na inspeção veicular. Coincidentemente, após essa derrubada dessa portaria, aprovado por unanimidade dos senhores deputados, começaram a surgir burburinhos: ‘Olha, você vai ser atacado!'”.
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