O ex-governador Amazonino Mendes (Podemos) concluiu nesta quinta-feira, dia 15, a rodada de entrevistas do BNC Amazonas com os candidatos a prefeito de Manaus.
Com respostas gravadas, por orientação de sua assessoria de imprensa, Amazonino tratou dos principais ataques de seus adversários nesta campanha: sua idade e seu estado de saúde.
Ele considerou o fato “de última”e uma “pobreza horrível” e disse que, aos 80 anos, tem “forças, condições, raciocínio e disposição para ajudar o povo.”
Amazonino também respondeu sobre um dos maiores problemas de Manaus: o transporte coletivo.
Não deu uma solução. Afirmou que, se eleito, irá estudá-la.
“O sistema de transporte coletivo tem que ser estudado. É uma coisa que o que for preciso, a gente tem que atacar. Se o caso for um trem, será feito. Se for o famoso BRT, faça-se o BRT”, declarou.
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O candidato também disse que continuará os programas da gestão de Arthur Neto (PSDB) que deram certo.
“Vamos levantar um por um e todos eles serão contemplados de forma digna”.
Confira a entrevista na íntegra, em vídeo e texto.
BNC Amazonas – O que representa para o senhor disputar uma eleição aos 80 anos de idade?
Amazonino Mendes – Ao contrário do que muita gente pode até avaliar, estimar e pensar é uma enorme vantagem. Sabe por que? Não tem no mundo quem bata uma coisa chamada experiência. Isso é em todos os setores da vida. Em qualquer área, em qualquer momento, em qualquer instante. A experiência, ela é sempre vencedora. Ela que te guia, ela que te livra das armadilhas. Ela que te dá a claridade pra você enxergar mais na frente e melhor e com mais competência. E é assim que eu me sinto candidato aos 80 anos. Agradecido a Deus por me permitir ainda com essa idade ter forças, condições, raciocínio e disposição pra ajudar meu povo.
BNC – Nesse começo de campanha seus adversários atacam sua idade e principalmente a sua saúde. Como o senhor acha que isso pode influenciar na cabeça do eleitor?
Amazonino – Olha, isso, é um expediente, francamente, negativo. E ele traz em si a demonstração clara de uma certeza pobreza. Como é que vou atacar meu adversário, por outras razões… Se eu ataco meu adversário por incompetência, por desonestidade, por indignidade, por preguiça, sei lá o que for, ainda vá. Mas você ficar querendo confundir o povo pra dizer que o teu adversário tá velho, que o teu adversário não tem saúde perfeita, isso é de última. Cá entre nós, é uma pobreza horrível.
BNC – Estudo publicado nesta quarta-feira, dia 1o, mostra Manaus entre as cinco piores cidades do país em saneamento básico. O senhor foi prefeito de Manaus por três vezes, assim como o prefeito Arthur Neto, qual foi sua parcela nesse problema?
Amazonino – Olha como é que se responde uma pergunta dessa? Porque ela pode confundir. Olha, esse cara foi três vezes prefeito. Por que que ele não resolveu? Porque não existe isso. E não entra na cabeça lúcida de ninguém que uma pessoa que foi três vezes prefeito resolveu o problema definitivo de uma cidade, que por sinal, uma cidade que não cresceu, inchou. Não, meus amigos. É mais fácil responder o que a gente fez. Não o que não fez. Você sabe qual é o político que assumiu cargos e correspondeu. E aquele que assumiu e não correspondeu. Isso é que é importante. E a gente também ter em conta que é fundamental saber escolher porque aqueles que trabalham e produzem vão somando positivamente, até que um dia as pontas se encontram e aquela cidade passa a ser saudável. Ter um bom serviço de transporte, bom serviço de saúde, de escola, saneamento básico. É isso. Tem que colocar homens competentes, sérios e capazes na administração. Essa é a resposta.
BNC – O senhor tem uma proposta nova para resolver o histórico problema do transporte público de Manaus? Qual é?
Amazonino – Primeiramente, isso é um assunto que eu passei a dominar. É natural, fui prefeito três vezes. Aqui em Manaus, além de ter tido um crescimento desordenado, ela é enorme do ponto de vista horizontal. Ela é muito espalhada. E parece que nós esgotamos a velha e cansada solução do transporte de ônibus puro e simples. Com isso, eu quero dizer que Manaus vai exigir um estudo técnico, urgente, que não cabe a mim, de supetão, dizer a vocês o que é. Não é por aí. Seria irresponsável. O que nós temos que fazer é levantar qual a modalidade que se imprime ou se ele será intermodal. Significando que há várias formas, várias modalidades para que nós adotássemos na cidade. Nós temos problemas, por exemplo, a concentração do Distrito Industrial. Aquele desafogo que acontece no final do dia, principalmente. Ficando uma zona intrafegável. Isso são doenças locais, internas. Um ônibus anda a quantos km/h aqui em Manaus? Está insuportável o trânsito. E o sistema de transporte coletivo tem que ser estudado. É uma coisa que o que for preciso, a gente tem que atacar. Se o caso for um trem, será feito. Se for o famoso BRT, faça-se o BRT. Enfim, tem que ser estudado.
BNC – O que o senhor pretende manter da gestão Arthur Neto? E o que não dará continuidade?
Amazonino – Todos os avanços que certamente ele conseguiu, é lógico que tem. Porque nós somos adversários, vou desconhecer? É claro que tem. Vamos levantar um por um e todos eles serão contemplados de forma digna. O dono da Prefeitura não é o prefeito é o povo.
BNC – Seus adversários insistem em lembrar o fato de o senhor ter sido o único prefeito na história de Manaus a ser não reeleito estando no cargo e também o único no governador no cargo que perdeu uma eleição. O que o senhor acha que deu errado em 2012 e em 2018 e por que 2020 o senhor acha que será diferente?
Amazonino – 2012, todo mundo sabe, que eu fiz uma cirurgia cardíaca. Praticamente, eu não tinha a menor condição de disputar uma reeleição. E a última eleição, que pese eu respeito muito, e sempre respeitei a decisão soberana do povo, acredito que foi um fenômeno que todo mundo viu no Brasil inteiro. Não quero entrar no mérito se o povo acertou ou errou. Isso aí, não entro nesse mérito. A verdade é que as duas eleições pra mim fora atípicas, não é ? É isso aí.
Nota da redação: A exemplo dos outros dez candidatos a prefeito de Manaus, Amazonino Mendes foi convidado para uma entrevista ao vivo no estúdio do BNC Amazonas ou de forma remota. Sua assessoria de imprensa, no entanto, informou que devido a alta demanda, o candidato estava gravando as respostas das perguntas enviadas pelos veículos de comunicação. Seguindo a orientação, foram enviadas seis perguntas no dia 1º de outubro. O vídeo com as respostas chegaram à redação na quarta-feira, dia 14, e foram exibidas em live, hoje.
