Amazônia: ação do MPF cobra melhor acolhimento de indígenas waraos
Cobranças foram feitas após os waraos em Belém não terem sido informadas sobre tratativas com novo grupo warao que chegou à capital paraense

Ednilson Maciel
Publicado em: 17/07/2024 às 12:35 | Atualizado em: 17/07/2024 às 17:15
O Ministério Público Federal (MPF) cobrou que a Fundação Papa João XXIII (Funpapa), aprimore o diálogo e as condições de acolhimento aos indígenas waraos.
Dessa forma, a fundação é o órgão responsável pela gestão da política de assistência social em Belém (PA).
Nesse sentido, a cobrança foi feita pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no Pará, Sadi Machado. Isso ocorreu em reunião convocada pelo MPF na segunda-feira (15), na sede do MPF na capital paraense.
Na semana passada, lideranças do povo warao em Belém informaram ao MPF que suspeitavam que o deslocamento, para o abrigo municipal, de um novo grupo warao na capital paraense teria sido realizado pela Funpapa contra a vontade desse grupo indígena recém-chegado.
Após o MPF ter questionado a Funpapa sobre o tema, a fundação respondeu que promoveu vários diálogos com o novo grupo warao. Desse modo, após essa sensibilização, algumas famílias demonstraram o desejo de ir para o espaço de acolhimento institucional.
As lideranças da etnia em Belém, no entanto, relataram não terem sido informadas da existência desses diálogos. Para o MPF, a situação demonstrou que falta a Funpapa comunicar-se melhor com os waraos.
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Várias instâncias de diálogo
Além disso, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Sadi Machado, sugeriu que a Funpapa amplie o diálogo com as lideranças waraos em Belém, detalhando melhor.
Por exemplo, quais são os fluxos de atendimento, acolhimento e acompanhamento oferecidos aos indígenas e evitando falhas de comunicação.
Além de aumentar o diálogo por meio do Comitê Municipal para Migrantes, Refugiados e Apátridas – que conta com representação warao em sua composição –, a Funpapa pode buscar outras instâncias e momentos para as conversações com os waraos, como o Conselho Warao Ojiduna.
O conselho reúne cerca de 30 conselheiras e conselheiros representantes de 12 comunidades. Assim como cerca de 800 indígenas waraos situados em Belém, Ananindeua, Benevides e Abaetetuba.
Assim sendo, a organização atua como um porta-voz das comunidades no diálogo com órgãos públicos e instituições que trabalham com os indígenas Warao em diferentes frentes.
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Foto: MPF