Atriz formada na UEA pode ganhar Palma de Ouro, em Cannes
Isabela Catão faz parte do elenco de “Motel Destino”, do cineasta brasileiro Karim Aïnouz

Mariane Veiga
Publicado em: 11/04/2024 às 19:02 | Atualizado em: 11/04/2024 às 19:07
A atriz amazonense Isabela Catão, bacharel em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), faz parte do elenco do filme “Motel destino”, do cineasta brasileiro Karim Aïnouz, que concorre à Palma de Ouro, principal premiação do Festival de Cannes, importante evento de cinema mundial.
A seleção para entrar no elenco do longa foi uma árdua peneira, como conta a própria Isabela.
“No primeiro momento eles mandaram um monólogo para fazer uma selfie tape. Aí, no segundo momento eu fiz o teste ainda on-line com a Nina Kopko e a Luciana Vieira, que são assistentes do Karim. Então, fiz um teste com elas on-line, e o primeiro momento desse teste foi sozinha, o segundo momento foi com outro ator”, disse a atriz.
Esses foram apenas os primeiros momentos do processo de seleção, fases que Isabela foi passando e avançando rumo a ganhar um papel no filme.
“Eu passei para a terceira fase, que foi no Ceará, presencial, com o Karim, a Luciana e a Nina, fiz duas etapas durante a minha estada no Ceará com outros atores. Então, ao todo, foram quatro testes”.
Isabela concorreu com mais de 500 atores e atrizes. Uma vez conquistada a vaga no elenco, a atriz seguiu para Beberibe, no interior do Ceará, onde a produção foi filmada.
“Foram três semanas de estada em Beberibe, que foi a cidade onde a gente filmou, mas eles já estavam filmando antes”.
A amazonense não poupa elogios a Aïnouz.
“Eu acho ele um diretor extremamente cuidadoso. A gente fala assim, nossa que bom que as pessoas estão reconhecendo o seu trabalho, mas às vezes a gente trabalha com diretores que não são tão cuidadosos, sabe?”.
Conforme ela, o cineasta tem muita sensibilidade e experiência com cinema, o que proporcionou a ela tranquilidade e segurança.
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Cenas íntimas
Isabela disse dar destaque especial ao processo de filmagem das cenas íntimas das quais participa.
“A minha personagem é a Marta, e ela é uma motoqueira que anda pelas estradas. Então, ela tem cenas íntimas com os personagens”.
De acordo com a atriz, as cenas mais íntimas tinham dublês para o caso de ela não se sentir à vontade para gravar.
Formação na UEA
Isabela disse não esquecer que os alicerces de sua carreira estão fincados no Amazonas.
“Me formei na UEA, na estadual de teatro, e minha carreira teve início no Ateliê 23, no teatro, e também trabalhando com outros diretores de teatro. Depois, acabei indo mais para o cinema e trabalhando com diretores de Manaus”.
Mesmo com a experiência que ganhou no cinema, Isabela disse que não vislumbra uma carreira nacional com muita facilidade.
“Olha, eu não tenho muita perspectiva, não. Porque é muito difícil furar a bolha, sinceramente falando. Acho que o Karim é um dos poucos diretores que olham para os atores, para além de seguidores ou de uma visibilidade blockbuster, entendeu? Então, eu acho que indo devagar, fazendo seu trabalho e tentando conseguir”.
Quanto à ida a Cannes, Isabela afirmou que é igualmente incerta. “Ainda não tenho essa resposta. É muito caro”.
Foto: divulgação