As imagens que surgem na imaginação do que sofreram o jornalista Dom Phillips e o servidor do governo Bruno Pereira no Vale do Javari perturbam a mente de quase todo brasileiro. Quase todo. Afinal, o chefe da nação não tem esse tipo de problema.
Enquanto a força-tarefa montada às pressas para procurar os desaparecidos se esforça para amenizar a acusação de que seu governo foi inerte e lento em agir, Bolsonaro vai passear de moto em Manaus.
Neste sábado (18), ele e seus aliados nem cogitaram em deixar a “motociata” com 10 mil pessoas para uma outra hora.
Tal atitude, contudo, já era esperada. Afinal, Bolsonaro nunca se comoveu sequer com as quase 700 mil vidas perdidas para a covid.
Igualmente como agora, com as mortes na Amazônia, ele põe seu interesse acima de qualquer gesto de humanidade.
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As prioridades do chefe da nação
Manaus vai ficar marcada, sobretudo, como palco de campanha eleitoreira de Bolsonaro enquanto os sinos dobram por Bruno Pereira e Dom Phillips.
Dessa forma, ele reforça sua imagem no Amazonas como o presidente que mais vezes esteve no estado. E também o que menos fez por ele. Só neste mês, por exemplo, foi duas vezes a Manaus.
Apesar disso, Bolsonaro ainda goza de simpatia do eleitor amazonense, como mostram as pesquisas. Já foi maior esse universo, que hoje é dividido com Lula da Silva (PT).
É um crédito que Bolsonaro deve dar a seus fiéis aliados, que compartilham de seus pensamentos e atitudes. Por exemplo, Alfredo Menezes Júnior e Alfredo Nascimento , ambos pré-candidatos do PL. Eles são dos principais organizadores da “motociata ” e não veem problema nenhum que ela aconteça ao mesmo tempo em que o episódio do Vale do Javari choca o mundo.
Depois do ato eleitoreiro, à noite, é o momento religioso do chefe da nação. Ele vai receber a unção das mãos e palavras do pastor Silas Malafaia.
Não é sabido se o Bolsonaro da reza mostrará arrependimento por sua atitude criticada no mundo.
Nem mesmo se as vítimas da nova nódoa de seu governo serão lembradas nesse momento. A conferir.
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Foto: reprodução/redes sociais