Corregedoria/TJ-AM faz audiência em S. Gabriel na língua nheengatu

Essa é uma das 17 línguas oficiais do Amazonas.

Corregedoria/TJ-AM faz audiência em S. Gabriel na língua nheengatu

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 07/08/2023 às 16:15 | Atualizado em: 07/08/2023 às 16:15

Uma audiência pública da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) no município de São Gabriel da Cachoeira, neste dia 10, terá pela primeira vez na história do Brasil tradução simultânea na língua indígena
nheengatu.

Essa é uma das 17 línguas oficiais do Amazonas.

A audiência pública pretende discutir questões fundiária, indígena e de sustentabilidade, além de outros temas.

Essa audiência pública voltada a questões dos povos originários, além de permitir uma participação inclusiva, deve orientar as políticas públicas que melhor possam coibir práticas ilícitas, realizando um trabalho de conscientização às famílias e dialogando com outras instituições para reafirmar os direitos e garantias desses povos.

Foi o que disse, portanto, o juiz da corregedoria Áldrin Rodrigues, do núcleo de governança fundiária e sustentabilidade. Conforme o TJ, representantes de diversos órgãos públicos devem participar do evento.

A iniciativa é fundamental para que os órgãos e as instituições que participarão da audiência exponham suas experiências, realidades e preocupações. Com isso, a Corregedoria-Geral de Justiça pretende que essa audiência represente também uma importante oportunidade para uma maior comunicação entre os vários setores da sociedade e autoridades públicas, disse o corregedor-geral substituto Airton Gentil.

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Estudantes de Direito

Sobretudo, os estudantes da primeira turma de direito da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em São Gabriel da Cachoeira irão acompanhar a audiência pública.

A turma, conduzida pela professora Alichelly Ventura, representará a universidade na audiência. “Além da presença dos alunos da UEA, que são, majoritariamente, indígenas, a colaboração da universidade também se dará pela presença do tradutor Francisco Martins, que fará a tradução dos trabalhos para o nheengatu”.

Alichelly acrescentou, ainda, que a participação dos acadêmicos na primeira audiência traduzida para um idioma indígena, fortalece o conhecimento tradicional dos povos originários. “Além de valorizá-los, uma vez que 92% da população de São Gabriel da Cachoeira são indígenas, incluindo os da Faculdade de Direito”.

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF