Deputados aprovam, governador veta terras da AmazĂ´nia virar Cerrado

A proposta polĂªmica havia sido aprovada com 15 votos a favor e 8 contra, mas o veto foi publicado no DiĂ¡rio Oficial nesta terça-feira (21)

Publicado em: 21/01/2025 Ă s 20:00 | Atualizado em: 21/01/2025 Ă s 23:51

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, vetou integralmente nesta terça-feira (21) um projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa estadual que permitiria a reclassificaĂ§Ă£o de Ă¡reas da AmazĂ´nia como Cerrado para fins de uso rural.

A proposta, que gerava polĂªmica, havia sido aprovada com 15 votos a favor e 8 contra, mas o veto foi publicado no DiĂ¡rio Oficial de hoje.

Mendes justificou que o projeto nĂ£o estava suficientemente fundamentado tecnicamente e que serĂ¡ constituĂ­do um grupo de trabalho para elaborar uma nova proposta dentro de 90 dias.

O novo texto, segundo o governador, buscarĂ¡ respeitar as legislações ambientais e garantir mais segurança jurĂ­dica no Cadastro Ambiental Rural (CAR) no estado.

Conforma a proposta o objetivo Ă© aprimorar o mapeamento dos biomas, utilizando dados do IBGE para redefinir a classificaĂ§Ă£o de Ă¡reas e, assim, alterar as exigĂªncias de preservaĂ§Ă£o ambiental.

No entanto, pesquisadores e ambientalistas alertaram que, se aprovado, o projeto poderia reduzir a proteĂ§Ă£o de 9,6 milhões de hectares (cerca de 10% do estado).

Dessa maneira, permitindo maior desmatamento, especialmente em Ă¡reas antes classificadas como AmazĂ´nia, onde a reserva legal exigida Ă© de 80%. No Cerrado, essa exigĂªncia cai para 35%.

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O Mato Grosso Ă© um dos principais estados responsĂ¡veis pelo desmatamento na AmazĂ´nia Legal e, em 2024, registrou o menor Ă­ndice de desmatamento desde 2013, com 1.271 km² desmatados, embora ainda seja um dos lĂ­deres em focos de incĂªndio e desmatamento na regiĂ£o.

O projeto passou por alterações durante a tramitaĂ§Ă£o na Ale, inicialmente com foco na definiĂ§Ă£o de reserva legal, mas sofreu um substitutivo que ampliava as mudanças, o que gerou crĂ­ticas por parte de especialistas que apontaram a falta de base cientĂ­fica.

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Foto: PolĂ­cia Federal/divulgaĂ§Ă£o