O sistema de monitoramento por satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou nessa sexta-feira (7) que o desmatamento na Amazônia já é o pior da série histórica iniciada em 2015.
Em setembro, o índice alcançou 1.455 km² representado um crescimento de 47,7% em relação a setembro do ano passado e empata com 2019 (1.454 km²).
“No acumulado do ano, desde janeiro, a área de alertas de desmate até setembro já é 4,5% maior do que a verificada até dezembro de 2021 e pode igualar ou superar nos três meses que restam o recorde histórico de 2019 (9.178 km²)”, destacou nota do Observatório do Clima (OB).
Marcio Astrini, secretário-executivo da organização, uma rede que reúne diversas entidade da sociedade para debater as mudanças climáticas, indicou um caminho para deter esse avanço na Amazônia.
“Qualquer pessoa que se importe com o futuro da floresta, as vidas dos povos indígenas e a possibilidade de termos um planeta habitável deveria votar para eliminar Bolsonaro da presidência no próximo dia 30”, conclamou.
De acordo com ele, o mundo tem 84 meses para cortar as emissões de gases de efeito estufa, ou seja, quase à metade se quiser ter uma chance de resolver a crise climática.
“A continuidade de Jair Bolsonaro no poder é a garantia de que o Brasil impedirá que isso aconteça”, disse.
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Desmonte
O OB lembrou que Bolsonaro se orgulha em dizer que desmontou a fiscalização ambiental e que não demarcou “nenhum centímetro” de terra indígena.
“O presidente estimulou abertamente as invasões de garimpeiros às terras públicas na Amazônia, recusou-se a usar bilhões de reais em recursos internacionais para combater o desmatamento e promover o desenvolvimento sustentável da região e, por ação e omissão, deixou o crime organizado dominar um território que representa mais da metade do Brasil”, denunciou a entidade.
Na nota, Bolsonora é chamado de “irresponsável, inepto, paranoico e cruel”. “Bolsonaro destruiu a política ambiental e climática brasileira, o que isolou o país do mundo, impediu acordos comerciais e bloqueou investimentos”, prosseguiu.
Além disso, a OB diz que o presidente prestou um desserviço ao agronegócio brasileiro, hoje visto com justa desconfiança no exterior, e fez a alegria dos países protecionistas que temem a competição com nossos produtores.
“Colheu, como resultado de tudo isso, o primeiro ciclo de três altas seguidas nas taxas de desmatamento medidas pelo Inpe em um mesmo mandato presidencial – e pode estar a caminho de uma quarta. Tornou o Brasil um dos principais riscos climáticos do mundo, aumentando emissões em pleno ano de pandemia”, disse.
Foto: Divulgação/Greenpeace