Uma dívida histórica dos governos do Amazonas, aliada a um legado nada agradável que a pandemia de covid-19 (coronavírus) vai deixar, toma corpo no segundo ano de governo de Wilson Lima: a implantação de unidades de terapia intensiva (UTI) no interior do estado.
Inicialmente, o projeto “Saúde nas Calhas” vai chegar com 50 leitos de UTI em cinco municípios: Parintins (foto ), Itacoatiara, Humaitá, Tabatinga e Tefé.
Em uma segunda etapa, mais três unidades de terapia intensiva vão ser instaladas em Eirunepé, Lábrea e Manacapuru.
Os investimentos previstos são da ordem de R$ 16 milhões visto que cada UTI completa deve custar R$ 2 milhões em média.
E o primeiro dos cinco municípios prioritários será Parintins, na região do Baixo Amazonas.
A iniciativa faz parte do programa Saúde Amazonas por meio do qual o governo do estado pretende implantar estrutura de média e alta complexidade nos hospitais dos oito municípios-polos de saúde regional.
“É a primeira vez que o Amazonas terá UTI no interior e a gente sentiu o quanto isso é importante e o quanto isso fez falta no momento de pandemia. E é algo que ninguém se preocupou, ninguém começou nenhum projeto de UTI no interior e nós vamos fazer isso, porque o povo do interior merece respeito e tem que ter o atendimento de qualidade”, disse o governador Wilson Lima em uma live realizada na última quinta-feira, dia 13.
Emenda de R$ 5 milhões
O projeto contará com o apoio financeiro do deputado federal Atila Lins (PP-AM).
O parlamentar amazonense destinou R$ 5 milhões de suas emendas individuais para a implantação de UTI em Tabatinga, Tefé, Humaitá e Lábrea.
O deputado Átila Lins e o governador Wilson Lima Foto: divulgação
“Com essas UTI, implantada nos hospitais regionais desses municípios, vai melhorar muito o atendimento no interior e o governo vai deixar de deslocar todos os doentes para UTI em Manaus. Então essa parceria entre mim e o governo do estado é importantíssima para que possamos dar mais esse apoio a esses nossos irmãos que vivem nesses municípios”, declarou Átila Lins.
Leia mais:
Ministério da Saúde anuncia implantação de oito UTI no Amazonas
“Pazuello ajudou muito o Amazonas”, diz secretário de Saúde do governo
O governador Wilson Lima agradeceu a parceria com o decano da bancada do Amazonas no Congresso Nacional.
Dez UTI em Parintins
O município mais avançado na ação é Parintins, onde uma parceria dos governos estadual, federal e municipal e da iniciativa privada irá permitir a implantação de dez leitos de UTI.
Desse modo, serão seis leitos de UTI adulto e pediátrico, que serão instalados no Hospital Jofre Cohen; e quatro leitos de UTI neonatal no hospital Padre Colombo.
Parte dos equipamentos já está no município, incluindo um tomógrafo entregue pelo governo do estado.
Também foram entregues dez leitos completos com cama, respiradores, monitores, bombas de infusão e equipamentos de hemodiálise, adquiridos por meio de parceria entre a Prefeitura de Parintins e a empresa Celeo.
A companhia, da iniciativa privada, atua na implantação do sistema elétrico no município e está antecipando recursos do Imposto Sobre Serviço (ISS).
Projeto começou em 2019
Segundo o secretário de atenção especializada do interior da SES-AM, Cassio Espírito Santo, o projeto, que começou a ser desenhado em 2019 e teve que ser interrompido por conta da pandemia de covid-19, retomou em setembro de 2020 após a implantação do programa Saúde Amazonas.
“Agora estamos retornando com a estruturação física, equipamentos e recursos humanos. A equipe do Infrasaúde – setor da SES-AM, responsável pelas ações de engenharia – está indo aos municípios para orientar os gestores na preparação dos hospitais para receber as estruturas.
Tomógrafo em Humaitá
O município de Humaitá também recebeu tomógrafo do governo do estado e os demais equipamentos para a montagem de leitos completos do Fundo de Suporte UNA+, do Grupo + Unidos, uma iniciativa empresarial de apoio às ações de enfretamento à covid.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campelo, o estado e o governo federal apoiarão os municípios na manutenção dos leitos.
“O maior desafio é na parte de recursos humanos e dos serviços especializados que devem compor um centro de terapia intensiva. Os municípios precisarão do apoio para a manutenção desses serviços funcionando no interior”, esclareceu o secretário.
Foto: BNC Amazonas