A empresa de gás White Martins divulgou hoje (10) um balanço de quanto oxigênio forneceu ao Amazonas em janeiro e fevereiro, na segunda onda do coronavírus (covid). Conforme ela, foi preciso realizar uma operação sem precedentes na sua história de 108 anos de existência.
Citou que para isso foi preciso uma força-tarefa com os governos do estado e federal, por meio das Forças Armadas, e outras empresas.
De acordo com a empresa, foram transportados 1,7 milhão de metros cúbicos de oxigênio (líquido e gasoso), produzidos em suas unidades em outros estados. Além disso, deslocou 84 equipamentos criogênicos para atender a essa operação.
Durante a crise no sistema de saúde do Amazonas, por 30 dias, o consumo de oxigênio permaneceu acima de 60 mil metros cúbicos por dia. Para a empresa, isso foi o dobro do consumo diário no pico da primeira onda da pandemia no estado.
No dia 23 de janeiro, a companhia anunciou que atingiu um volume máximo de transporte de 80 mil metros cúbicos por dia.
A maior parte do oxigênio enviado ao estado foi transportado por via fluvial: foram mais de 971 mil metros cúbicos, em balsa, até 16 de fevereiro.
No mesmo mês, o Amazonas recebeu, via cabotagem, 14 isotanques da planta da White Martins localizada em Cabo de Santo Agostinho (PE), totalizando o envio de 212 mil metros cúbicos para o Amazonas.
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Parceria com a Marinha
Foto: Divulgação/White Martins
A empresa transportou ainda – por meio de uma parceria com a Marinha do Brasil – a maior carga de oxigênio líquido por vias fluviais no país. O transporte de um grande isotanque teve início em janeiro, partindo da unidade da White Martins em Capuava (SP), por via rodoviária.
A carga passou pelo Porto de Santos, de onde seguiu a bordo do navio-patrulha Oceânico P121 – Apa até o porto de Belém (PA), onde o isotanque foi abastecido com oxigênio líquido e seguiu para Manaus. Essa operação transportou cerca de 80 mil metros cúbicos.
Apoio da FAB
Com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), a empresa enviou – após superar desafios técnicos e realizar diversos testes – mais de 35 mil metros cúbicos de oxigênio por meio de isotanques na maior aeronave de carga da FAB, o KC-390.
Já os voos partindo de Brasília levaram, até 26 de fevereiro, mais de 416 mil metros cúbicos de produto para o estado.
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Venezuela
Os esforços para atender a demanda de oxigênio no Amazonas envolveram ainda a planta da Invegas, empresa do mesmo grupo da White Martins, localizada no Polo Petroquímico de José, na Venezuela.
Foto: Lucas Silva/Semcom
Após percorrer cerca de 4 mil quilômetros em duas viagens, a operação permitiu abastecer o mercado com cerca de 45 mil metros cúbicos de oxigênio. A empresa transportou ainda aproximadamente 2 mil cilindros de oxigênio, que contribuíram com um volume de 20 mil metros cúbicos para o abastecimento do Amazonas.
Anterior à pandemia
Além disso, a empresa ampliou sua capacidade de produção da planta T50 para 30 mil metros cúbicos por dia. Anteriormente à pandemia, esta unidade operava com 50% de sua capacidade, produzindo o suficiente para atender todos os seus clientes, que somavam um consumo na ordem de 10 a 15 mil metros cúbicos por dia.
Ainda no que diz respeito à produção, a Anvisa concedeu uma autorização excepcional, emergencial e temporária para flexibilização dos percentuais de pureza do oxigênio medicinal em grau mínimo de 95% no dia 14 de janeiro, atendendo ao requerimento da empresa de forma ágil e com a devida prioridade ao tema.
Reativação
A White Martins mobilizou também esforços – em parceria com a FAB e a Moto Honda – para reativar a planta T15 que permitiu um incremento na produção local de oxigênio de cerca de 6 mil metros cúbicos por dia.
Esta unidade estava inoperante desde 2009, época em que foi construída uma nova planta no município (T50).
Outra iniciativa emergencial e temporária foi a aquisição e a instalação de três miniusinas de oxigênio (PSA) nos hospitais Getúlio Vargas (mais 600 m3/dia), SPA Redenção (384 m3/dia) e 28 de agosto (2.400 m3/dia).
Atendimento domiciliar
Para garantir a segurança e a confiabilidade no fornecimento e uma maior autonomia de oxigênio medicinal no atendimento domiciliar a mais de 800 pacientes cadastrados, a empresa instalou 144 concentradores e 6 compressores de ar, que equivalem a um abastecimento diário de 2.350 metros cúbicos de oxigênio por dia.
Foto: Divulgação
Dessa forma, com a queda do consumo de oxigênio no estado, atualmente em cerca de 24 mil metros cúbicos por dia, a empresa já é capaz de atender toda a demanda com a produção local e a capacidade de estocagem de suas plantas localizadas em Manaus.
Apoio
Esta operação de guerra foi resultado de um grande esforço coletivo. Apoio de todos os seus funcionários e terceirizados que foram incansáveis para fornecer a maior quantidade possível de oxigênio para o estado do Amazonas.
Também o apoio incondicional de diversas autoridades, dentre as quais as Forças Armadas, da sociedade civil e da iniciativa privada. Por exemplo, a Aço Verde do Brasil (AVB), siderúrgica localizada em Açailândia (MA), que se uniu à White Martins para doar 300 mil m3 de oxigênio para a Secretaria do Estado de Saúde do Amazonas.
No total, foram 15 carretas da White Martins abastecidas com o insumo produzido na planta da AVB e que seguiram para Manaus com o objetivo de salvar vidas no estado.
A empresa também agradeceu a Samel e outras empresas que também mobilizaram esforços fundamentais para fornecer a maior quantidade possível de oxigênio ao Amazonas.
Previsão da demanda
Portanto, em todo o país, a White Martins segue em contato constante com seus clientes das redes de saúde pública e privada. Assim como com as autoridades de saúde locais.
Dessa forma, sejam comunicadas formalmente e previamente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto, bem como a previsão da demanda.
Isso porque compete às instituições de saúde, públicas e privadas, sinalizar qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras.
Portanto, segundo a White Martins, a empresa, como qualquer fornecedora deste insumo, não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda.
Foto: ZPE Ceara/WhiteMartins