A 2ª Vara Federal Criminal do Amazonas aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra três empresários por lavagem de dinheiro em um esquema de investimentos fraudulentos. Eles são acusados de ocultar valores obtidos por meio da oferta de serviços financeiros a particulares por empresas do Grupo Lotus que realizariam investimentos pelo Amazon Bank, sem autorização para operar no mercado de capitais brasileiro.
Os acusados movimentaram cerca de R$ 81,6 milhões entre setembro de 2019 e março de 2022, e apenas R$ 1,9 milhão foi repassado aos clientes. A quebra de sigilo bancário apontou que os aportes dos clientes foram transferidos para empresas controladas pelo grupo criminoso, mas parte considerável dos valores teria sido destinada às contas pessoais dos denunciados.
A ocultação e dissimulação da origem ilícita dos ganhos teria ocorrido de três formas: pelo desvio dos valores para contas bancárias de empresas de fachada controladas pelos denunciados; por aquisição de bens imóveis não registrados e pela compra de carros, simulando alienação de veículo para pessoa jurídica (de fachada).
O principal réu beneficiado com o esquema teria adquirido bens de luxo sem renda formal lícita que justificasse seu estilo de vida. Ele também teria comprado um sítio e um veículo avaliado em R$ 545 mil, que teria sido pago com o desvio de recursos das empresas Lotus Promoção e Lotus Consigned. O carro foi transferido para outra empresa, a Fastcom, registrada em local inexistente e proprietária de quatro veículos.
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O esquema teria como alvo principal servidores públicos, que eram incentivados a aportar valores por empréstimos em seus próprios bancos. O grupo prometia altos retornos nos investimentos e dizia possuir expertise de operadores financeiros no mercado de criptoativos Forex, opções binárias (IQ Option) ou via HFT (High Frequency Trade).
A assessoria de investimentos não tinha autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a operação financeira teria transcorrido por meio de instituição financeira não autorizada pelo Banco Central.
A denúncia pela Justiça não significa que os réus sejam culpados. Eles são considerados inocentes até o trânsito em julgado da decisão penal que reconheça definitivamente sua culpa, quando não houver mais recursos a serem apresentados. O esquema foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPF (Gaeco/MPF).
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