Foz do Amazonas: Petrobrás nega pedido de estudo feito pelo Ibama

Ibama considerou que a nova solicitação não pode ser analisada sem os estudos relativos ao impacto para os povos indígenas

Foz do Amazonas: Petrobrás nega pedido de estudo feito pelo Ibama

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas*

Publicado em: 15/05/2024 às 05:54 | Atualizado em: 15/05/2024 às 05:54

A Petrobrás afirmou ontem (14) que não vai atender ao pedido feito pelo no âmbito do processo de licenciamento ambiental que avalia a perfuração na foz do Amazonas.

O órgão ambiental cobrou análises sobre os impactos para os povos indígenas. Nesse sentido, o diretor de Produção e Exploração da Petrobrás, Joelson Mendes, afirmou:

A Petrobras não vai fazer esses estudos nesse estado em que está o processo de licenciamento porque eles não são legais. Existe uma portaria que deixa claro em qual fase esse tipo de consulta é adequada. Caso façamos a perfuração e tenhamos uma descoberta, aí sim caberia esse estudo no processo de licenciamento da atividade de produção.

Dessa forma, a exploração de petróleo na foz do Amazonas desperta preocupações de grupos ambientalistas, que veem risco de impactos à biodiversidade. A informação é da Agência Brasil.

Sobretudo, em maio do ano passado, o Ibama negou o pedido da Petrobrás para realizar atividade de perfuração marítima do bloco FZA-M-59.

Dessa maneira, a Petrobras apresentou um pedido de reconsideração, ainda sem resposta.

No mês passado, o Ibama considerou que a nova solicitação não pode ser analisada sem os estudos relativos ao impacto para os povos indígenas.

Segundo Joelson Mendes, a posição da Petrobrás já foi apresentada ao Ministério Público do Amapá (MPAP) e à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

“Esperamos que a Advocacia-Geral da União tenha uma intervenção junto ao Ibama porque esse pedido não é adequado neste momento do processo de licenciamento em que estamos”, acrescentou.

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Resultados financeiros

O tema foi abordado durante coletiva de imprensa sobre os resultados financeiros da Petrobrás no primeiro trimestre de 2024.

Foi registrado um lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, uma queda de 37,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao quarto trimestre de 2023, o recuo foi de 23,7%. “O principal fator que impactou a redução do lucro líquido foi a variação cambial. Tivemos em torno de R$ 11 bilhões de impacto, cerca de US$ 2 bilhões”, afirmou o diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite.

Ainda assim, ele fez boa avaliação do resultado e comparou com o cenário de três anos atrás.

No primeiro trimestre 2021, o lucro líquido foi quase zero. Hoje estamos com um lucro líquido em torno dos US$ 4,8 bilhões. O fluxo de caixa operacional é de US$ 2 bilhões a mais do que aquele período. Apesar do resultado deste trimestre não ser que nós gostaríamos que fosse, foi um resultado muito bom e bastante superior ao do primeiro trimestre 2021.

*Com informações da Agência Brasil.