LĂºcio Carril puxa debate do polĂªmico filme ‘Olympia’ no Carmem Miranda
Cinema de Manaus apresenta ciclo especial de filmes em homenagem Ă s OlimpĂadas de Paris

Publicado em: 26/07/2024 Ă s 13:53 | Atualizado em: 26/07/2024 Ă s 13:56
O sociĂ³logo amazonense LĂºcio Carril vai conduzir debates neste dia 26, sexta, sobre o polĂªmico filme “Olympia: vencedores olĂmpicos”, parte 2, sobre polĂtica e os esportes.
ApĂ³s a exibiĂ§Ă£o, Carril vai mediar um debate sobre o filme e sua importĂ¢ncia histĂ³rica para o cinema e os esportes, alĂ©m de seu polĂªmico patrocĂnio.
Financiada pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores AlemĂ£es, a diretora Leni Riefensthal fez o documentĂ¡rio ‘Olympia’ sobre os Jogos OlĂmpicos de 1936, em Berlim.
Foi a primeira realizaĂ§Ă£o de um longa documentĂ¡rio retratando a competiĂ§Ă£o.
Muitas tĂ©cnicas avançadas de cinema foram usadas, que mais tarde se tornariam os padrões industriais, mas que eram fenomenais na Ă©poca, como Ă¢ngulos incomuns de cĂ¢mera, tĂ©cnicas de ediĂ§Ă£o avançadas, close-ups extremos entre outras coisas.
As tĂ©cnicas empregadas sĂ£o quase universalmente admiradas, mas o filme Ă© controverso devido ao seu contexto polĂtico.
No entanto, aparece em muitas listas dos melhores filmes de todos os tempos, incluindo a feita pela revista Time.
HĂ¡ muita discussĂ£o se este filme deve ser considerado um filme de propaganda polĂtica para o Partido Nazista, como o seu ‘O triunfo da vontade’.
Apesar de os Jogos OlĂmpicos de VerĂ£o em Berlim de 1936 serem chamados de “OlimpĂada de Hitler” e ser inquestionavelmente dirigido aos feitos do Terceiro Reich, o que por si sĂ³ jĂ¡ daria um bom filme de propaganda polĂtica, os defensores de Riefenstahl lembram da aproximaĂ§Ă£o que faz ao filmar o rosto de Hitler diante da vitĂ³ria de Jesse Owens, um afro-americano, ganhando uma medalha de ouro, diferenciando-se da doutrina de supremacia racial nazista.
Outros vencedores nĂ£o-arianos sĂ£o mostrados tambĂ©m.
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A bola de ouro
Bandian Ă© pequeno, mas sonha grande: quer ser o melhor jogador de futebol do continente africano.
Para isso, procura um feiticeiro que realiza um ritual que lhe dĂ¡ rapidez e precisĂ£o nas pernas.
NĂ£o Ă© apenas a criança brasileira que sonha em ser jogador de futebol. O imaginĂ¡rio dos herĂ³is de calĂ§Ă£o e chuteira estĂ¡ difundido por todo o mundo, mas ganha outra potĂªncia no sul global.
Na Guiné, assim como no Brasil, jogar bola é uma possibilidade de ascender socialmente e, até, ir morar na Europa.
Bandian, o protagonista de “A bola de ouro”, porĂ©m, nĂ£o aspira enriquecer ou mudar de paĂs, ele quer mesmo Ă© se tornar o melhor jogador de futebol do continente africano.
Essas questões, porém, cruzam sua jornada até o seu objetivo.
O filme, com direĂ§Ă£o de Cheik DoukourĂ©, serĂ¡ exibido no cine Carmen Miranda no dia 27, Ă s 17h30, com acesso gratuito.
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No contexto
Os filmes com a temĂ¡tica polĂtica-esportes sĂ£o de um ciclo que o cinema Carmem Miranda realiza em Manaus de 25 a 27 deste mĂªs, uma homenagem com o tema ‘Viva as OlimpĂadas 2024’,
Na estreia do ciclo, na quinta-feira (25), a primeira parte do filme ‘Olympia: Ădolos do estĂ¡dio’ (1938), de Leni Riefenstahl.
Neste dia 26, o ciclo continua com a parte 2, intitulada ‘Olympia: vencedores olĂmpicos’, Ă s 19h30.
JĂ¡ no sĂ¡bado (27), Ă s 17h30, Ă© a vez do franco-africano ‘A bola de ouro’, de 1994.
Paralelamente, nos dias 25 e 26, Ă s 17h, o cinema continua com o ciclo ‘As dĂ©cadas do Oscar’, com vencedores da academia no inĂcio da dĂ©cada de 30.
O acesso a todos os filmes da programaĂ§Ă£o Ă© gratuito.
O espaço cultural Carmem Miranda Ă© a mais nova opĂ§Ă£o de cinema de rua para os cinĂ©filos do Amazonas, com vasta programaĂ§Ă£o, que vai de clĂ¡ssicos a filmes de realizadores amazonenses.
“A ideia Ă© sempre dar espaço para os cineastas amazonenses e para a produĂ§Ă£o nacional, sem esquecer as inspirações que vem de Hollywood e da Europa”, disse o idealizador do espaço, Michel Guerrero.
“Ainda temos um foyer aconchegante que batizamos de BistrĂ´ da Carmen, com comidinhas especiais e bastante pipoca”.
Foto: divulgaĂ§Ă£o