O governo Lula deu protagonismo inédito aos indígenas após quatro anos de atritos no governo de Jair Bolsonaro. Como reflexo disso, estão as posses de Joenia Wapichana na presidência da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e de Ricardo Weibe Tapeba na Sesai (Secretaria Especial da Saúde Indígena).
Além deles, o nome de Sônia Guajajara à frente do Ministério dos Povos Indígenas foi uma sugestão e conquista dos indígenas. Pela primeira vez, estarão representados na liderança de órgãos com ações voltadas para os povos na esfera federal.
Os três nomeados foram indicados em lista tríplice enviada no dia 12 de dezembro a Lula pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). A lista se destinava à escolha do ministério. Entretanto, os três nomes acabaram sendo aproveitados no alto escalão do governo.
De forma simbólica, os três estiveram ontem na posse de Joenia —primeira mulher a comandar a Funai em 55 anos— e comemoraram o que chamaram de “retomada” do órgão mais importante da causa indígena no país. A primeira medida foi trocar o termo Índio por Povos Indígenas no nome do órgão.
Esperança nas demarcações
As primeiras terras a serem demarcadas já estão listadas: são 13 áreas com estudos e documentação prontos, aguardando apenas a formalização para serem homologadas.
A coluna apurou que a expectativa é que essas demarcações ocorram ainda este mês em um ato formal com a presença de Lula.
A luta indigenista no governo Bolsonaro para avançar nas demarcações foi intensa. O MPF (Ministério Público Federal) precisou entrar com várias ações na Justiça Federal cobrando ações para andamento dos processos. Só em 2021, foram 24 ações na Justiça Federal contra a Funai e a União —alta de 380% em relação ao 2020.
Leia mais na coluna de Carlos Madeiro no UOL
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Foto: Funai/Divulgação