Não se sabe os critérios que levaram à escolha de Belém, e não Manaus, como sede da 30ª Conferência do Clima (COP-30), que o governo Lula da Silva (PT) propôs ser realizada no Brasil.
O compromisso firmado por Lula com governadores da Amazônia na 27ª Conferência do Clima (COP-27), realizada em novembro último no Egito, era que a sede seria escolhida entre as duas maiores capitais da região Norte.
Nesta quarta-feira (11), após encontro com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), Lula anunciou que a capital paraense foi a escolhida.
“Eu tinha assumido um compromisso no Egito, na COP-27, de que a COP-30 poderia ser realizada no Brasil. E fiquei feliz quando nosso ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) formalizou ao governador Helder a cidade de Belém”, disse o presidente ao lado do governador em um vídeo.
Do ponto de vista ambiental, em tese, a capital amazonense levaria vantagem por ter um modelo de desenvolvimento que preserva a floresta amazônica em pé.
Apesar do desmatamento crescente no sul do estado, o Amazonas ainda é a unidade da federação com a maior cobertura vegetal.
Na outra ponta, o Pará é o campeão do desmatamento.
“O Brasil é hoje o país que mais desmata florestas no mundo. E o Pará, o estado que mais desmata na Amazônia. É fundamental chegar à COP-30 com essa situação revertida”, disse o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini.
“A COP no Brasil seria um momento histórico para o país e para a agenda de clima. E ocorrer na Amazônia é simbólico. Mas, o meio ambiente não vive só de gestos bonitos”.
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Peso político
“O presidente Lula escolheu Belém para sediar a COP-30, em 2025, caso o Brasil seja a sede da Conferência das Nações Unidas para o Clima. Nós estaremos de portas abertas para discutir sobre a Amazônia e o clima”, disse Barbalho.
O governador do Pará teve papel preponderante na escolha da sede.
Acompanhado do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), Barbalho apresentou um pedido oficial para sediar o evento ao chanceler Mauro Vieira.
O governador, que é o atual presidente do Consórcio de Governadores da Amazônia, é um dos aliados de peso do atual governo.
O governador do Pará, por exemplo, emplacou o irmão Jader Filho (MDB) no comando do disputado Ministério das Cidades.
O novo ministro das Cidades foi indicado pela bancada do MDB na Câmara. Nela, entre os 42 parlamentares, o Pará possui o maior número de deputados: nove.
Foto: Carlos Fabal/AFP/Reprodução