A partir desta segunda-feira (11), cerca de seis mil mulheres indígenas do país e de várias partes do mundo se reúnem em Brasília. Até a próxima quarta-feira (13), elas vão defender seus direitos e a preservação das culturas indígenas.
Dessa forma, o tema da 3ª Marcha é “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade através das raízes ancestrais” e as atividades se concentram no Eixo Cultural Ibero-Americano, na área central da capital federal.
A marcha de 2023 também marca a continuação da luta contra o garimpo ilegal, pela demarcação de terras e pela formação política de representação indígena nos espaços de poder.
De acordo com a coordenação do evento, há previsão é que 150 povos indígenas com representatividade dos biomas Amazônia, Cerrado, Pantanal, Pampa, Caatinga e Mata Atlântica estejam presentes.
Com promoção da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga ), estão previstas plenárias, grupos de trabalho e ações culturais.
“No centro dessa marcha, está um apelo por direitos iguais para as mulheres indígenas, pois, essas mulheres enfrentaram inúmeros desafios e injustiças ao longo de suas vidas, mas se recusam a continuar sendo silenciadas”, afirma a Anmiga.
Movimento internacional
Sendo parte da programação , nesta terça-feira (12), acontece a plenária internacional “Mulheres água”, “Mulheres sementes”, com participação de indígenas do Peru, Estados Unidos, Malásia, Rússia e Nova Zelândia.
“Essa diversidade de participantes destaca a universalidade das questões enfrentadas pelas mulheres indígenas, como o acesso à terra, a violência de gênero, a discriminação e a luta pela autonomia e empoderamento”, destacou a coordenação da Anmiga.
Por outro lado, também vão se reunir, além das indígenas, mulheres negras e quilombolas em debate sobre ocupação de espaços de poder municipal, estadual, nacional e internacional.
Ainda nesta terça-feira, ocorre o encontro com a “bancada do cocar”, eleita para o Congresso Nacional nas últimas eleições, quando debaterão o tema “Mulheres Biomas na Política”.
Marcha na Esplanada
No entanto, o ponto alto da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas será na quarta-feira (13), quando elas sairão em caminhada pela Esplanada dos Ministérios.
Por conta disso, o movimento vai dialogar com ministros do governo sobre a carta de reivindicações, que entregaram na pré-marcha em janeiro deste ano.
À noite, haverá o show de encerramento “A cura do mundo somos nós”, com artistas indígenas femininas e convidadas dos seis biomas brasileiros.
Ministra indígena
“Nossos maiores inimigos são as leis que não reconhecem nossa diversidade e nossa existência. Falar em demarcação de terras indígenas é gritar pela continuidade da existência dos nossos povos”, reforça a Anmiga.
Para a associação, ter uma mulher indígena como primeira ministra indígena (Sônia Guajajara) é afirmar que as mulheres são a cura da terra.
Assim como, a resposta para enfrentamento da violência de gênero e racismos estrutural, institucional e ambiental.
Edições anteriores
A 1ª Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu em 2019, com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”.
Já a segunda edição foi em 2021 e teve como tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”.
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Fotos: Apib/divulgação