Médica vai depor no Senado sobre morte após uso de cloroquina no AM

Michelle Chechter, de forma clandestina, aplicou nebulização com cloroquina em paciente grávida de Manaus com covid. Dias depois ela morreu

Médica

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 19/04/2021 às 16:22 | Atualizado em: 19/04/2021 às 16:22

A médica ginecologista Michelle Chechter vai ter de depor na Comissão Temporária da Covid-19, do Senado. Sua convocação foi aprovada nesta segunda (19).

Além dela, o médico Gustavo Maximiliano Dutra também foi chamado.

O motivo dos senadores, portanto, é a busca de esclarecimentos sobre a morte de paciente que ocorreu em Manaus. Grávida internada na maternidade Dona Lindu foi submetida a nebulização com hidroxicloroquina aplicada por Michelle. Dias depois, porém, faleceu com infecção generalizada, sobretudo.

Como resultado, a comissão vem debatendo com especialistas os protocolos de tratamento da covid (coronavírus) no Brasil. 

Hoje, participaram Donizetti Dimer Filho, 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina; Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência; e Fabrício Silva, médico intensivista. 

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‘Tratamento precoce’ no foco

Senadores manifestaram preocupação, sobretudo, com o chamado “tratamento precoce”. O presidente da República, Jair Bolsonaro, é o principal garoto-propaganda desse método sem base científica.

Entre esses medicamentos usados como “tratamento precoce” estão cloroquina e ivermectina, por exemplo. Nenhum deles, todavia, possui comprovação científica contra a doença.  

A comissão, criada em fevereiro, tem 12 senadores.

Fonte: Agência Senado

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Ato ‘clandestino’ e mortes

Para a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, o ato de Michelle foi, portanto, “experimento clandestino e sem autorização legal”. A afirmação está em nota divulgada no dia 16.

Como resultado, o Ministério Público Federal (MPF) deve denunciar a médica à Justiça. Foi o que pediu o Conep.

Além disso, Michelle está sendo investigada pela Polícia Civil e Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pela nebulização com cloroquina que pode ter levado a paciente à morte.

Conforme a denúncia recebida pela polícia, pelo menos três mulheres grávidas morreram após igual tratamento.

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Foto: Reprodução/TV