A médica ginecologista Michelle Chechter vai ter de depor na Comissão Temporária da Covid-19, do Senado. Sua convocação foi aprovada nesta segunda (19).
Além dela, o médico Gustavo Maximiliano Dutra também foi chamado.
O motivo dos senadores, portanto, é a busca de esclarecimentos sobre a morte de paciente que ocorreu em Manaus. Grávida internada na maternidade Dona Lindu foi submetida a nebulização com hidroxicloroquina aplicada por Michelle. Dias depois, porém, faleceu com infecção generalizada, sobretudo.
Como resultado, a comissão vem debatendo com especialistas os protocolos de tratamento da covid (coronavírus) no Brasil.
Hoje, participaram Donizetti Dimer Filho, 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina; Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência; e Fabrício Silva, médico intensivista.
Leia mais
‘Tratamento precoce’ no foco
Senadores manifestaram preocupação, sobretudo, com o chamado “tratamento precoce”. O presidente da República, Jair Bolsonaro, é o principal garoto-propaganda desse método sem base científica.
Entre esses medicamentos usados como “tratamento precoce” estão cloroquina e ivermectina, por exemplo. Nenhum deles, todavia, possui comprovação científica contra a doença.
A comissão, criada em fevereiro, tem 12 senadores.
Fonte: Agência Senado
Leia mais
Ato ‘clandestino’ e mortes
Para a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, o ato de Michelle foi, portanto, “experimento clandestino e sem autorização legal”. A afirmação está em nota divulgada no dia 16.
Como resultado, o Ministério Público Federal (MPF) deve denunciar a médica à Justiça. Foi o que pediu o Conep.
Além disso, Michelle está sendo investigada pela Polícia Civil e Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pela nebulização com cloroquina que pode ter levado a paciente à morte.
Conforme a denúncia recebida pela polícia, pelo menos três mulheres grávidas morreram após igual tratamento.
Leia mais no G1 .
Foto: Reprodução/TV