O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, já atuou como diretor de madeireira na Amazônia. Ele foi nomeado terça-feira (22) pelo presidente Jair Bolsonaro, no lugar de Ricardo Salles.
Sobretudo, a madeireira na Amazônia era dedicada ao manejo florestal e à venda de créditos de carbono entre 2011 e 2017. Segundo o colunista do Uol, Diego Shelp.
Desse modo, nesse período, Leite atuou na Florestal Santa Maria (FSM), empresa com sede em São Paulo. A FSM possuía 72.000 hectares de bioma amazônico no município de Colniza, no Mato Grosso.
Segundo Rubens Alves de Lima, sócio da empresa, a propriedade foi vendida há cerca de dois anos. A madeireira dedicava-se à extração de madeira certificada e à venda de serviços ambientais, como a compensação de carbono.
Ao passo que, quando o agora ministro do Meio Ambiente começou a trabalhar para a FSM, a empresa estava prestes a receber a certificação REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). Esse mecanismo que permite a venda de créditos de carbono em troca da preservação da floresta.
Assim, Leite inicialmente ajudou a empresa com questões patrimoniais e depois com a comercialização de carbono. “Ele se mostrou interessado no assunto”, diz Alvez de Lima.
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De conselheiro a ministro
Desde que Leite foi nomeado ministro, tem sido destacado o fato de ele ter sido conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) entre 1996 e 2018.
Foi lá, portanto, que ele conheceu Ricardo Salles, que o levou para o ministério, onde atuou no Departamento Florestal. Assim como, a partir de abril de 2020, na Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável (depois renomeada para Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais).
Mas foi sua experiência de seis anos na Florestal Santa Maria o que de fato explica a sua ida para o Ministério do Meio Ambiente. Mas, que não consta no seu currículo oficial,
Um amigo dos tempos da Sociedade Rural Brasileira também tem avaliação positiva do novo Ministro do Meio Ambiente. Mas não é muito otimista:
“O problema é que ele não tem respaldo político em Brasília para fazer o que deve ser feito, como colocar ordem no Ibama e na ICMBio, reforçando a fiscalização ambiental, que foi desmantelada pelo Salles.”
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Foto: Reprodução/Rede Brasil Atual