O Ministério Público Federal (MPF ) abriu um procedimento nesta sexta-feira (14) para acompanhar as investigações e cobrar providências em relação ao assassinato de uma família de ambientalistas em São Félix do Xingu, no sul do Pará.
O MPF considera a possibilidade de o crime ter relação com o trabalho desenvolvido pelas vítimas e diz que com o procedimento aberto, vai “cobrar das autoridades providências e investigações céleres”.
“Os fatos são de extrema gravidade e se inserem em um contexto de reiterados ataques a ambientalistas e defensores de direitos humanos no país”, informou o MPF.
José Gomes, conhecido como “Zé do Lago”, de 61 anos, a mulher, Marcia Nunes Lisboa, de 39, e a filha do casal, Joane Nunes Lisboa, de 17, foram encontrados mortos na propriedade da família, na ilha da cachoeira do Mucura, às margens do rio Xingu.
No entanto, nenhum pertence foi levado, não houve prisões e a morte segue sem respostas.
O triplo homicídio é investigado pela Divisão de Homicídios de Marabá e pelo Núcleo de Apoio à Investigação da Polícia Civil de Redenção.
A família ocupava uma terra dentro de área de jurisdição do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) inserida na Área de Preservação Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, que compreende 1,5 milhão de hectares.
A prefeitura de São Félix do Xingu emitiu uma nota lamentando a morte e dizendo que a família a era parceira na área ambiental.
Eles faziam a soltura de quelônios no rio Xingu e eram conhecidos na região pelas ações de preservação da floresta.
As investigações são acompanhadas por diferentes entidades ligadas aos direitos humanos e causas ambientais.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA) está entre elas, assim como a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que encaminhou ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) solicitando apuração sobre o caso.
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