O projeto de lei (PL) que acolhe ex-pesidiáias de autoria do deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), avança nas comissões da Casa e irá ao plenário.
Ou seja, institui a Política Estadual de Atendimento às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional, no Amazonas.
A proposta se alinha à Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional.
Assim, a iniciativa prevê que o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), possa estabelecer fluxo de atendimentos e procedimentos específicos para as mulheres. Desse modo, a ideia é garantir a regularização da assistência no interior das unidades prisionais.
Nosso objetivo é instituir, em nível estadual, uma política semelhante à que já existe em nível nacional para que possamos contribuir com as estratégias de ressocialização, e ainda auxiliar os filhos dessas internas, para que tenham um futuro melhor e nós uma sociedade mais digna. O julgamento já foi feito pela Justiça, com as penas estabelecidas, mas se quisermos dispor de um futuro diferente para essas mulheres devemos apresentar oportunidades , afirmou o parlamentar.
Saúde
O pojeto de Cidade propõe também a pactuação de ações junto às redes do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Com isso, o objetivo é assistir mulheres encarceradas e seus familiares em suas necessidades de saúde e assistência social.
Além disso, o projeto pretende a realização de parcerias com instituições públicas e particulares de ensino superior, fomentando a realização de projetos de cunho educacional, esportivo e cultural junto às mulheres, além de estimular a pesquisa acadêmica.
A Política Estadual de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional prevê, entre outros, a promoção da reinserção social a mulheres em restrição de liberdade e egressas, com apoio da rede psicossocial, para a redução de vulnerabilidades e fomento a sua autonomia e o aprimoramento da qualidade dos dados constantes nos bancos de dados do Sistema Prisional do Estado do Amazonas, contemplando a perspectiva de gênero.
Leia mais
“Proma”
O PL estabelece ainda a criação do Programa de Mobilização para Assistência à Mulher Pré-egressa e Egressa do Sistema Prisional (PROMAE) com o objetivo de reintegrar a egressa na sociedade, dando-lhe condição para que possa trabalhar, produzir e recuperar sua dignidade humana.
No Brasil, o número de mulheres privadas de liberdade cresceu exponencialmente nos últimos anos, apesar de constituir a minoria do total de presos.
Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, do Departamento Penitenciário Nacional, referente ao período de janeiro a junho de 2021, indicam que havia 30.199 mulheres em privação de liberdade no Brasil.
No Amazonas, segundo esse mesmo levantamento, havia 214 mulheres em celas físicas e 584 em prisão domiciliar.
Foto: Divulgação