O tratamento desigual que o governo Lula vem dando ao estado do Amazonas nessa crise severa de seca dos rios, queimadas e outras tragédias é alvo novamente de críticas no Senado.
Em setembro deste ano, o senador Omar Aziz (PSD), coordenador da bancada do Amazonas no Congresso Nacional, criticou duramente o governo, de quem é aliado de primeira hora.
As duras críticas foram por conta do “valor ínfimo” de R$ 514 milhões para o combate às queimadas e à seca extrema na Amazônia. Enquanto, a tragédia do Rio Grande do Sul recebeu R$ 89 bilhões.
“Nós não somos brasileiros de segunda classe. Nem que vocês queiram nos tratar dessa forma, nós não aceitamos. O Rio Grande do Sul merece R$ 89 bilhões, que nós aprovamos no Congresso, por meio de medida provisória. Portanto, queremos o mesmo tratamento do governo federal até porque R$ 514 milhões é muito pouco”, disse Aziz na ocasião.
Agora, outro senador do Amazonas, Plínio Valério (PSDB), volta a reclamar de suposta discriminação do governo para com o estado.
Dessa forma, o senador oposicionista ao governo foi à tribuna do Senado na quarta-feira (30) denunciar tratamento diferenciado do Ministério da Agricultura no socorro a produtores rurais do Amazonas na estiagem e seca dos rios.
De acordo com o parlamentar, a discriminação teria ocorrido ao excluir o Amazonas da doação de toneladas de sementes de arroz a produtores rurais atingidos pelas enchentes no sul.
Leia mais
Marina e ambientalistas
Valério, como de costume, culpou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e ambientalistas pela discriminação aos produtores rurais do Amazonas.
Visto que foram igualmente impactados pela estiagem e seca dos rios, mesmo assim estão impedidos de receber as sementes, conforme o senador.
O Ministério da Agricultura doou toneladas de sementes de arroz para os produtores no Rio Grande do Sul. No entanto, esse mesmo socorro não foi dado aos do Amazonas, resultando, portanto, em perdas na produção rural.
“A Embrapa dispõe de tecnologia apta para produzir arroz em várias regiões no Amazonas, assim como apta a receber esse plantio. Tem o órgão técnico, o Idam, que sabe o que fazer. Mas, o Ministério da Agricultura não levou isso em consideração ao não fazer a mesma doação de sementes aos produtores. Crueldade com o nosso Amazonas”, disse Valério.
Vítimas gaúchas
Ainda de acordo com o senador do Amazonas, sem querer reclamar do merecido apoio às vítimas gaúchas, os recursos enviados, pelo governo federal aos estados do Norte foram “insignificantes” R$ 514 milhões.
Por outro lado, afirmou que o governo do PT anunciou R$ 98,7 bilhões ao Rio Grande do Sul.
“Estamos no estado com 65% da população vivendo abaixo da linha da pobreza e não podemos plantar. E o governo não vê a necessidade de doar sementes de arroz como faz para o sul. O que a gente quer é tratamento igualitário”.
Leia mais
O que diz o ministério
Procurado pelo BNC Amazonas para responder as acusações do senador, a assessoria do Ministério da Agricultura e Pecuária disse o seguinte:
“A doação de sementes de arroz, safra 2023/24, foi realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por meio de leilão eletrônico, com recursos destinados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar”.
Foto: divulgação