Senador do Pará é alvo do STF por suposta proteção a grileiros
O inquérito passou a envolver Zequinha Marinho por suspeitas do crime de advocacia administrativa, que indica atuação do senador bolsonarista para defender os interesses de grileiros

Mariane Veiga
Publicado em: 30/06/2024 às 14:54 | Atualizado em: 30/06/2024 às 14:54
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu na sexta-feira (28) da Justiça Federal do Pará uma investigação que apura a suposta ligação do senador Zequinha Marinho (Podemos) com uma organização criminosa que pratica grilagem em territórios indígenas no estado.
A apuração começou em agosto de 2022, quando o Ibama localizou em uma inspeção na terra indígena Ituna-Itatá cinco barracos, veículos e mais de 50 pessoas dentro do território. Elas estavam desmatando o local para a formação de um loteamento ilegal.
As investigações indicaram que a invasão à terra indígena teria sido liderada por Jassônio Leite, apontado pelo Ibama como um dos maiores grileiros de terras indígenas na Amazônia.
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O inquérito passou a envolver Marinho por suspeitas do crime de advocacia administrativa, que demonstra ligação dele com Leite e atuação do senador bolsonarista para defender os interesses de grileiros na região da Ituna-Itatá.
A terra indígena fica no município de Senador Porfírio. Um assessor do parlamentar também teve ligações com Jassônio Leite apontadas na apuração.
“No transcorrer das investigações, constatou-se que os crimes teriam sido liderados por Jassônio Leite, o qual possui fortes ligações com o Senador Zequinha Marinho, e que por meio de um de seus assessores estaria fazendo uso da função pública para interferir diretamente nos interesses econômicos que colidem com a demarcação da terra indígena Ituna-Itatá”, apontou o documento com a decisão que remeteu a investigação ao Supremo.
Leia mais na coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
Foto: Pedro França/Agência Senado