A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) conheceu neste dia 1° de novembro o projeto da empresa Urucum Piscicultura de produção de pirarucu em larga escala.
Além da produção do maior peixe da Amazônia para o mercado nacional e com plano de chegar ao internacional, a empresa reaproveita toda a água usada no processo de beneficiamento do produto.
A implantação total do projeto está prevista para três anos, mas já está em operação há quase dez meses com sete profissionais atuando no quilômetro 11 do ramal do Janauari, entre os quilômetros 7 e 9 da rodovia AM-70, que liga Manaus aos municípios de Iranduba e Manacapuru e dá acesso a Novo Airão.
Na equipe da empresa piscicultora estão o professor-doutor em recursos pesqueiros do curso de engenharia de pesca da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Esner Magalhães, que também é CEO da Startup Gigas Baby e idealizador da plataforma Gigasus Aquicultura Inteligente em parceria com o Instituto Creathus; o sócio-proprietário da empresa, Fernando Hayek Carrijo; e o presidente do Instituto Creathus, André Machado.
“De certa forma, se isso rodar no molde que a gente espera, a gente pode estar impactando, direta e indiretamente, mais de 300 pessoas”, disse Magalhães.
De acordo com ele, atualmente o projeto está com uma capacidade de produzir em torno de quatro toneladas do pescado por tanque, num total de 20 tanques distribuídos, podendo alcançar, em breve, 80 toneladas/ano.
A visita finalizou a agenda da comitiva da Suframa às regiões de Manacapuru e Iranduba, que começou com uma visita ao complexo turístico Paraíso D’Ângelo para conhecer o projeto “Inovação na piscicultura do pirarucu”; passou pelo local onde funcionará o futuro parque tecnológico da cidade e chegou à cerimônia de lançamento da política municipal de ciência, tecnologia e inovação de Manacapuru.
“A presença da nossa comitiva aqui no ramal do Janauari foi para conhecer mais sobre o projeto, que também é relevante quando falamos em novos investimentos e perspectivas de desenvolvimento. Estamos satisfeitos com o que vimos e, além de prestar total apoio ao projeto, vamos voltar quantas vezes forem necessárias para acompanhar o seu crescimento”, disse o superintendente da ZFM, Bosco Saraiva.
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Divisor
Para Magalhães, receber a Suframa foi muito significativo porque, segundo ele, o empreendimento no local nasceu a partir de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), atrelados, não só ao conhecimento da academia, da universidade, mas também ao que os institutos oferecem.
“A Suframa é um divisor de águas dentro desse processo, para entender na prática, in loco, o que é realmente aquilo que elas estão fomentando em relação a recursos financeiros”.
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Recursos
Mesmo focados em produzir em grande escala, o projeto da Urucum ainda esbarra na falta de recursos.
A ideia da empresa é que, com a aplicação de recursos advindos da Lei de Informática, aumente o investimento em tecnologia e, consequentemente, cresça também a geração de trabalho e renda para as comunidades no entorno e em toda a Amazônia.
“Isso se dá principalmente porque a política ambiental do nosso estado é uma política ambiental voltada à preservação e conservação, o que é louvável. Hoje a gente está desenvolvendo modelos de produção em pequenas áreas, principalmente reaproveitando áreas degradadas, com o advento da tecnologia”, disse Magalhães.
Foto: divulgação