Tragédia em Manaus: mãe e filha venezuelanas morreram abraçadas

As duas são parte das oito pessoas que morreram soterradas com o desabamento de um barranco na comunidade após intensas chuvas deste domingo

13/03/2023 09:04

Da Redação do BNC Amazonas

Uma das cenas mais chocantes da tragédia que marcou a vida dos moradores de uma comunidade no bairro Nova Floresta, na zona leste de Manaus, na madrugada desta segunda (13), foi de uma mãe e filha que morreram abraçadas sob os escombros.

Mãe e filha, portanto, são parte das oito pessoas que morreram soterradas com o desabamento de um barranco na comunidade após intensas chuvas deste domingo.

Os corpos foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros.

Quase 100% dos moradores são oriundos da Venezuela. Chegaram praticamente juntos, fugindo do país. A área teria sido doada pelo dono das terras para a comunidade, formada por cerca de 80 famílias.

Desabamento de barranco mata 8 em Manaus; 4 são crianças

Sem condições de morar

Trata-se de um local no fundo de um vale, na encosta da mata, se constituindo em um buraco que recebe a água da chuva. Por causa disso, a comunidade recebe toda essa água e lama.

É uma área totalmente desprovida de infraestrutura de ruas pavimentadas, saneamento básico, água potável, internet. Há energia, precária. Não existe unidade pública de saúde, educação, segurança pública e demais setores. Em caso de socorro, os moradores têm de se deslocar para outros bairros.

Até mesmo o acesso à comunidade é difícil. Durante a tragédia deste dia 13, uma retroescavadeira teve de abrir um caminho que permitisse passar uma ambulância, por exemplo.

Em suma, é um local sem condições, no estado em que está, de ser habitado com alguma dignidade. Os moradores que estão sendo retirados disseram que não voltam mais.

Confira as imagens do local:

BNC Amazonas

David Almeida se encontra amanhã com Lula

**Emergência* em Manaus**

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que tem audiência com o presidente da República, Lula da Silva (PT), nesta terça (13), decretou situação de emergência na capital.

Ele afirmou que há mais de mil áreas de risco catalogadas. Dessas, 79 são de “altíssima” gravidade, como a que sofreu esta tragédia. Em 2022, a prefeitura atuou em 17 delas, conforme o prefeito. Para este ano, segundo Almeida, a previsão é atuar em 25 dessas áreas.

Almeida aproveitou para dizer aos vereadores que apressem a aprovação de um pedido de empréstimo que encaminhou.