O tempo da vida

Mariane Veiga

Publicado em: 24/12/2020 ร s 15:00 | Atualizado em: 24/12/2020 ร s 14:55

O fim do ano se aproxima e eis que surge a necessidade de reflexรฃo do tempo, como se em doze meses se fechasse um ciclo do fazer, do realizar, do atender.

ร‰ curto demais. O tempo รฉ a vida; รฉ mais longo e nunca breve quanto um ciclo inacabado. Atรฉ porque sรณ mensuramos o tempo projetado da vida e nรฃo suas possibilidades de um fim antecipado.

Se o tempo รฉ da vida temos nossa reflexรฃo dominada pelo movimento e nรฃo por uma condiรงรฃo estanque. A fuga para um tempo parado, resignado e atribuรญdo a um ser supremo atemporal รฉ um caminho de desleixo com a vida.

ร‰ como deixar a vida de lado e jogar suas intempรฉries a um ser metafรญsico e fora do tempo.

Precisamos nos antenar com a vida, dominando nosso tempo e dando a ele os desรญgnios da decisรฃo tomada. O tempo รฉ a nossa vida.

Quando tenta se impor a ideia do tempo inerte, por trรกs hรก a intenรงรฃo de manter a vida tambรฉm inerte, apenas com a possibilidade da morte, que รฉ a continuidade de uma vida sem tempo. Ou seja, a resignaรงรฃo em vida quanto ao tempo jรก รฉ a prรณpria morte.

Precisamos dominar nosso tempo como forma de fazer da vida um motivo de busca. A resignaรงรฃo รฉ a morte. Se indignar e dar movimento ร  vida รฉ viver. ร‰ disso que precisamos.

 

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Foto: Reproduรงรฃo/ Obviousmag