Brigando pelo direito de, pelo menos, disputar as prévias do PSDB para a escolha do presidenciável em 2018, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, não tem desperdiçado nenhuma oportunidade para falar de assuntos de impacto e de interesse da vida nacional.
Foi assim nesta segunda, dia 16, no Rio de Janeiro, onde o tucano foi o principal convidado da Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan) para mostrar o que fez na Prefeitura de Manaus para merecer o reconhecimento nacional como modelo de gestão pública.
Enquanto voltava a falar de sua disposição de enfrentar nomes de peso nas prévias tucanas, Arthur abordou temas da pauta do país.
As reformas da previdência, política e tributária foram defendidas pelo prefeito como necessárias e urgentes.
“Do jeito que a coisa tá indo, vai explodir e proventos, pensões e aposentadorias não vão ser pagos. Tem hora marcada para estourar”, afirmou sobre a previdência.
Na política, Arthur cobra a reforma “verdadeira, porque 34 partidos no Congresso desmerece a democracia brasileira”.
Sobre a reforma tributária, o tucano defende uma política que trate as regiões conforme suas características, “pensando em diferenciais”.
“Temos de ser um país em mutação constante porque não é progressista você dizer que é contra as reformas. Ao contrário, se tem uma coisa mais regressiva, mais atrasada, é você se manifestar contra as reformas, você dizer que quer que o país pare”, afirmou.
Prévias tucanas
Arthur disse que na próxima semana se encontrará com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, para reafirmar sua disposição de enfrentar o que chama de “paulicentrismo”, se referindo a Geraldo Alckmin e João Dória, governador e prefeito de São Paulo que polarizam a atenção da imprensa como presidenciáveis do PSDB para a eleição de 2018.
“É brincadeira!”. Essa foi a expressão de Arthur criticando Alckmin e Dória por não alcançarem em pesquisas menos da metade dos votos do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Ainda assim, Arthur enxerga um favoritismo interno do partido pelo nome de Alckmin.
“Eu sou muito acostumado, como caboclo do Amazonas, a subir o rio contra a corrente. Eu tenho certeza que sou um candidato melhor que ambos fora do partido. Tenho impressão que seria uma coisa bem diferente”, avaliou.
Segundo a análise de Arthur, seu nome estaria melhor preparado que o de Alckmin para enfrentar qualquer adversário. “Eu faço muita fé no meu taco”, afirmou.
Em segundo documento que enviou a Jereissati sobre sua pretensão, Arthur disse que fez um pedido:
“Nós vamos pra luta, e eu estou pedindo dez debates. Oficializei minha pretensão e estou pedindo dez debates entre os três candidatos em cidades estratégicas do Brasil. No final a gente vai ver”.
“Adversários”
O prefeito de Manaus também faz considerações sobre virtuais concorrentes, como o ex-presidente Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC).
De Lula, disse que gostaria de enfrentá-lo e que ganharia a disputa. Já sobre Bolsonaro, falou que ele não aguenta um “peteleco” e não o tem como adversário à altura.
“Ele não aguenta um debate aberto, franco”.
Concluindo raciocínio sobre plano de segurança, que discutiria com Bolsonaro, Arthur falou da necessidade de se debater uma “política gradual de liberalização das drogas”.
“Ou seja, à medida que você dá esse desfalque, esse golpe financeiro nos carteis, você vai ter a diminuição do consumo de drogas”, avaliou.
Assista ao vídeo da entrevista de Arthur ao BNC e a outros veículos em que aborda outros temas, como a Amazônia, a indústria, o crime organizado:
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Foto: BNC