Aras quer arquivar investigaĂ§Ă£o contra lĂder de Bolsonaro na CPI
O parecer da PGR contraria o entendimento da PolĂcia Federal, que concluiu investigaĂ§Ă£o em junho e viu ‘provas cabais’ para indiciar o senador

Publicado em: 29/09/2021 Ă s 19:35 | Atualizado em: 29/09/2021 Ă s 19:44
A Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR) defendeu nesta quarta-feira, 29, o arquivamento do inquĂ©rito contra o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), lĂder do governo Jair Bolsonaro na Casa Legislativa, por corrupĂ§Ă£o e lavagem de dinheiro.
A manifestaĂ§Ă£o foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela subprocuradora-geral da RepĂºblica LindĂ´ra AraĂºjo.
“Na ausĂªncia de outros dados que validem as declarações do colaborador, nĂ£o existem elementos para oferecimento de denĂºncia, com a instauraĂ§Ă£o de aĂ§Ă£o penal”, diz um trecho do documento.
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O parecer da PGR contraria o entendimento da PolĂcia Federal, que concluiu a investigaĂ§Ă£o em junho e viu ‘provas cabais’ para indiciar o senador pelos crimes.
Bezerra foi investigado pelo suposto recebimento de R$ 10,4 milhões em propinas de empreiteiras entre 2012 e 2014, quando foi ministro de IntegraĂ§Ă£o Nacional da ex-presidente Dilma Roussef (PT).
O filho dele, o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE), também foi acusado pela PF.
De acordo com a investigaĂ§Ă£o, os pagamentos teriam sido feitos pelas construtoras OAS, Barbosa Mello, S/A Paulista e Constremac em troca do direcionamento de obras contratadas no Nordeste, como a transposiĂ§Ă£o do rio SĂ£o Francisco.
O inquĂ©rito foi aberto em 2017, a pedido da prĂ³pria Procuradoria Geral da RepĂºblica, a partir das delações de operadores financeiros pernambucanos alvos da OperaĂ§Ă£o TurbulĂªncia – que investigou o acidente aĂ©reo que matou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na campanha presidencial de 2014.
Eles atuariam como intermediĂ¡rios dos pagamentos em benefĂcio do grupo polĂtico de Bezerra.
Em setembro de 2019, o ministro LuĂs Roberto Barroso, relator do inquĂ©rito, autorizou busca e apreensĂ£o em endereços ligados ao senador e ao filho dele, inclusive em seus gabinetes, na OperaĂ§Ă£o DesintegraĂ§Ă£o.
Eles tambĂ©m tiveram os sigilos telefĂ´nicos quebrados no curso da investigaĂ§Ă£o.
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Foto: Pedro Franc̀§a/Agè‚ncia Senado