Disposto a esticar a corda com a cúpula do PSDB pela definição de regras de debates e das prévias para escolha do candidato da legenda às eleições presidenciais, Arthur Neto disse que vai reapresentar pedido para que todos os filiados votem e não apenas 30 mil tucanos, como seria a intenção do presidente do partido, o adversário Geraldo Alckmin, e seus aliados.
Ao lançar o movimento “Vamos discutir o Brasil” na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio de Janeiro, nesta segunda, dia 29, Arthur disse que Alckmin e o PSDB não estão interessados em debater temas importantes para o país.
“Enquanto o PSDB fica no par ou ímpar para escolher um paulista para ser candidato, eu quero é a cadeira de Temer [presidente da República, Michel Temer (MDB)]”, afirmou Arthur, avisando que não aceita ser vice de ninguém.
“Apesar da proposta das prévias ter sido feita há mais de cinco meses, só no dia 7 de fevereiro é que o presidente do PSDB convocou reunião para validar as regras, em pleno carnaval”, disse Arthur, o que prejudica o debate sério.
O prefeito de Manaus palestrou na ABI sobre gestão pública e responsabilidade fiscal.
Falando sobre temas nacionais, o tucano defendeu que o governo federal tome medida eficaz contra a violência e a criminalidade no país.
“O Brasil vive uma fase pré-Escobar [Pablo Escobar Gavíria, traficante colombiano]. É necessário que haja políticas sociais muito fortes. Trabalhos sociais claros. Os governos evitam até falar das falanges (nome de facções criminosas). Mas, eu não tenho medo de enfrentar mais esta questão, a segurança pública”, afirmou.
Sobre reformas estruturais do país, Arthur as defende. “Ou você tem coragem ou não faça política. Na vida tudo implica em coragem. Temos que ficar de um lado só, o meu lado é o da reforma, se não o país vai falir gravemente”, disse.
“Arthur Virgílio [Neto] é uma inspiração política para nós, jovens, porque é uma pessoa que nunca fugiu. E o que ele defende é exatamente isso. É a democracia, é disputar espaço através do diálogo, de todos os campos democráticos para que se esgotem todas as possibilidades e não ficarem mensagens mal entendidas”, disse o coordenador do Movimento Brasil Livre no Rio (MBL-RJ), Bernardo Sampaio.
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Foto: Divulgação/Semcom