O presidente do Partido Progressista (PP) no Amazonas, deputado Átila Lins (AM), disse que a desistência do deputado Marcelo Ramos (PL-AM) de disputar a Presidência da Câmara dos Deputados, é coerente com suas atitudes. Dessa maneira, Marcelo optou por ficar ao lado do PP.
Na manhã desta quarta-feira (3), a imprensa nacional espalhou a notícia de que Marcelo tinha desistido da disputa. Nesse contexto, ele seguiria a orientação do PL e apoiar a candidatura do líder do PP e do centrão governista, Arthur Lira (AL).
“A bancada federal do Progressistas já reuniu e manifestou apoio a candidatura do Arthur Lira à Presidência da Câmara. Agora, com o apoio do deputado Marcelo Ramos, a candidatura do nosso líder será fortalecida”, declarou Átila (foto ).
De acordo com decano da bancada amazonense, a postura de Marcelo Ramos mostra que todos estão se unindo, sem rachas nem divergências.
“Como presidente do Progressistas no Amazonas, agradeço o desprendimento do deputado e amigo Marcelo Ramos”, concluiu Átila Lins.
Candidatura era uma possibilidade
Marcelo Ramos justificou sua decisão. Inicialmente, disse ter informado ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) que estava fora. E que não participaria mais do grupo de pré-candidatos apoiados por ele.
Na análise de Marcelo, não era razoável brigar com seu partido (PL) por uma possibilidade, que era sua candidatura.
Os pré-candidatos apoiados por Rodrigo Maia são os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Luciano Bivar (PSL-PE).
“Sou um homem de partido e, na hora certa, farei um posicionamento oficial, junto com o PL. Sigo conversando com meus colegas deputados e procurando construir um caminho de independência e harmonia entre os Poderes”, diz a nota de Marcelo Ramos divulgada na imprensa.
Marcelo Ramos seguiu orientação do PL Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Análise da desistência
Ramos tem bom relacionamento entre os dois principais grupos que disputam o poder na Câmara. Um, é o grupo de Rodrigo Maia; o outro, de Arthur Lira. Por isso, corria por fora na disputa do comando da Casa.
Entretanto, os líderes partidários têm um alto poder de coação e de controle das bancadas no âmbito das atividades do Congresso.
Ao evitar contrariar a orientação partidária, Ramos evita uma série de represálias que poderia receber. Por exemplo, deixar de ser membro comissões importantes, perder a indicação para relatorias ou presidência de comissões. Além disso, de não ser mais vice-líder do PL.
Ao pôr na balança todas essas condições dentro do partido, Ramos recuou no momento certo. E evitou, contudo, a disputa com grandes caciques políticos.
Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados/arquivo