Aziz anuncia advogada de médicos e Luciano Hang para depor na CPI

Bruna Morato representa os médicos da Prevent Senior que elaboraram um dossiê sobre irregularidades no tratamento de pacientes com covid

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 23/09/2021 às 17:34 | Atualizado em: 25/09/2021 às 10:32

O presidente da CPI da covid (coronavírus), senador Omar Aziz (PSD-AM), colocou para votação, durante a sessão desta quinta-feira (23) no Senado, a aprovação dos próximos depoimentos, na semana que vem. Os senadores aprovaram requerimento para ouvir na próxima terça-feira (28) a advogada Bruna Morato, e o empresário Luciano Hang na quarta (29).

A advogada representa os médicos da Prevent Senior que elaboraram um dossiê sobre irregularidades no tratamento de pacientes com covid.

A CPI também aprovou requerimento de informações, encaminhado à Casa Civil, sobre o processo de solicitação de exoneração de Roberto Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde.

Em outubro de 2020, o então ministro Eduardo Pazuello enviou à Casa Civil, que era chefiada pelo ministro Braga Netto, uma solicitação de exoneração do servidor por indícios de irregularidades. No entanto, Dias foi mantido no cargo.

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Em junho deste ano, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti denunciou um pedido de propina feito por Roberto Dias.

O diretor teria cobrado um dólar por dose da vacina AstraZeneca vendida ao Ministério da Saúde. Só então, Roberto Ferreira Dias foi demitido do cargo. Depois disso, a CPI levantou informações sobre a participação de Roberto Dias nas negociações com a Precisa Medicamentos, intermediária da vacina indiana Covaxin.

Dono da Precisa 

Ainda na sessão desta quinta, foi ouvido o empresário Danilo Trento, sócio proprietário da empresa Primarcial Holding e Participações e diretor institucional da Precisa Medicamentos — empresa que representou a indiana Bharat Biotech no contrato para compra dos imunizantes  Covaxin para o Ministério da Saúde.

Trento não prestou compromisso de dizer a verdade, negou ter havido pedido de interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro, ou do líder do governo da Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) para a aquisição da vacina indiana.  

Os senadores apresentaram fluxogramas de diversas empresas de Francisco Maximiano, dono da Precisa, e de Danilo Trento, que fariam transferências entre si, apontando possível esquema de lavagem de dinheiro.

Garantindo-se de um habeas corpus para não responder a maior parte das perguntas a ele direcionadas, Trento calou-se sobre outras empresas em que teria atuação, se é remunerado ou tem ganhos societários, sobre sua participação na 6M Participações, assim como a Precisa, também de propriedade de Francisco Maximiano.

Foto: Ariel Costa