Barões da indústria do AM estão amuados com o superministério

Neuton Correa
Publicado em: 02/11/2018 às 07:23 | Atualizado em: 02/11/2018 às 07:23
Por Neuton Corrêa, da Redação
A frustração dos industriais do Amazonas com os primeiros atos do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL) já pode ser percebida no comportamento das entidades empresariais que representam o polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Passados dois dias do anúncio da fusão dos ministérios do Desenvolvimento, Planejamento e Fazenda, no Ministério da Economia, e da bronca que futuro titular da embrionária pasta deu nos empresários, chamando-os de atraso à indústria nacional, até agora ninguém ousou dar um pio.
Estão amuados.
Eles apostaram tudo na mudança, mas não esperavam que fossem vistos como o problema industrial do país pela equipe econômica que formulou essa parte do programa de governo de Bolsonaro, que já previa o superministério e atacava claramente a política de renúncia fiscal do país.
Podem perder o bolsa-empresário.
Isso porque são as renúncias fiscais que mantêm o modelo de desenvolvimento da Amazônia Ocidental atraente ao capital externo, a pretexto de minimizar o custo da região, reduzindo, por exemplo, o Imposto de Importação em até 88%, isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), redução de 75% do IRPJ (imposto de renda das empresas) e da isenção da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nas operações internas na ZFM, que estão sob intenso bombardeio disparado por Paulo Guedes, o mentor econômico de Bolsonaro.
Eles não falaram nada, publicamente, e até recuaram em enviar a carta que estavam escrevendo desde o começo do segundo turno para o futuro presidente da República.
Nos bastidores, os líderes empresariais do Amazonas falam, mas não usaram nenhum documento oficial para manifestação de apoio ou crítica.
Mas, internamente, mandam dizer que vão conversar com o governo Bolsonaro, mas sem a interlocução de Paulo Guedes.
Estão repetindo o que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem dito no âmbito nacional, conforme escreveu Raquel Landim, hoje, dia 1º, na Folha de S.Paulo:
“O que não quer dizer que estejam conformados. Em conversas reservadas, dizem que voltarão a recorrer ao futuro da chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que intermediou a primeira conversa com Bolsonaro, e que tentarão outros caminhos para chegar ao presidente”. Leia o artigo completo.
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Foto: Divulgação