Os senadores Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) estão no grupo dos 11 senadores que foram beneficiados com a liberação de R$ 401 milhões para as suas emendas do projeto Calha Norte no Ministério da Defesa.
De acordo com levantamento do jornal O Globo, os recursos foram destinados por meio de emenda ao relator.
As verbas foram usados para beneficiar aliados em troca de apoio no Congresso, ou seja, a pasta militar teria utilizado o interesse político para liberar os recursos sem transparência e critério.
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Os objetos das emendas também se desviaram das finalidades do projeto Calha Norte que são as obras de infraestrutura para o fortalecimento da soberania.
Parte delas foi direcionada para construção de praças, capela e edifício para abrigar a Câmara de Vereadores no Careiro (AM).
No caso de Eduardo Braga, houve a liberação de recursos para a construção de três feiras cobertas em Beruri, Pauini e Boca do Acre.
Sem valor conhecido, as emendas de Braga foram liberadas em outubro de 2021, período no qual ele participava como membro titular da CPI da covid.
Na ocasião, o parlamentar se afastou do G-7, grupo de senadores de oposição e independentes que comandavam a CPI.
O BNC Amazonas tentou, sem sucesso, ouvir o senador sobre as emendas liberadas.
Plínio
Já o senador Plínio Valério conseguiu liberar R$ 7 milhões para as construções do Centro de Convivência do Idoso em Novo Airão (R$ 3,5 milhões) e do anexo da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus (R$ 3,5 milhões).
O senador encarou tudo com naturalidade. “Eu falo sempre que quando tem emenda eu aceito e distribuo aos municípios do Amazonas. Meu orgulho é bem menor do que a necessidade do meu povo. Então eu repito: tudo que for emenda eu vou aceitar sempre em nome do povo do Amazonas.”
O senador Paulo Rocha (PT-PA) diz que o uso do orçamento secreto no Ministério da Defesa, ou em qualquer pasta, é uma afronta à Constituição.
“É uma distorção total do orçamento público do país, sendo usado apenas para atender aos interesses do governo de plantão. Estão usando toda estrutura do Estado brasileiro para consolidar uma força política, para favorecer suas paróquias, seus objetivos, transformando deputados e senadores em vereadores federais”, criticou.
Além de Braga e Plínio, a lista inclui Márcio Bittar (UB-AC), Davi Alcolumbre (UB-AP), Chico Rodrigues (UB-RR), Lucas Barreto (PSD-AP), Eduardo Gomes (MDB-TO), Wellington Fagundes (PL-MT), Mailza Gomes (PP-AC), Zequinha Marinho (PL-PA) e Jayme Campos (UB-MT).
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado